OTC Brasil 2025

Negociação com SBM Offshore reduz incerteza e pode antecipar primeiro óleo de Sergipe, diz Sylvia Anjos

Segundo a diretora, a oferta para as duas plataformas pode ajudar a ter ganhos de escala e a reduzir os prazos

RIO — As propostas apresentadas pela SBM Offshore para as duas plataformas do projeto em águas profundas em Sergipe (SEAP) reduziram as incertezas sobre o projeto, disse a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, em entrevista ao estúdio eixos na OTC Brasil 2025, na Expo Rio, nesta quarta-feira (29/10). Assista na íntegra acima!

“Estou cobrando da empresa, como pegou os dois [FPSOs], que adiante um tempinho a produção, que o primeiro óleo chegue mais cedo, em 2029, 2030, quem sabe? Mas de qualquer maneira, hoje a gente tem uma incerteza a menos”, disse. 

Segundo a diretora, o fato de a empresa ter ofertado para as duas plataformas pode ajudar a ter ganhos de escala e a reduzir os prazos.

“Estamos negociando com eles ajustes que possam diminuir o escopo, facilitar, reduzir custos. Então, eu estou muito confiante”, acrescentou. 

A Petrobras vem tentando contratar as unidades há anos, sem sucesso. Desta vez, a companhia recebeu quatro propostas pelas plataformas e a SBM Offshore apresentou uma oferta “muito promissora”, segundo Anjos. 

“Foi uma competitividade muito boa”, afirmou. 

O estado de Sergipe é considerado a principal nova fronteira de produção de gás do país e a exploração poderia marcar a chegada do gás de águas profundas ao nordeste. 

O projeto prevê a exportação de até 18 milhões de m³/d de gás natural a partir da construção de um gasoduto de escoamento até a costa, além da produção de 240 mil barris/dia de petróleo, por meio de dois FPSOs. 

Revitalização da Bacia de Campos

Em meio às dificuldades na contratação de novas plataformas, a diretora confirmou que a Petrobras está revisando os projetos das novas unidades dos campos de Barracuda, Marlim Sul e Marlim Leste, na Bacia de Campos. 

Estamos revisando e vendo alternativas de produção, otimizando com as plataformas que já temos. É um reestudo completo”, disse. 

Os projetos fazem parte da meta da Petrobras de voltar a produzir mais de 1 milhão de barris/dia na Bacia de Campos. 

“Com certeza, a Bacia de Campos não vai ser esquecida”, ressaltou. 

Principais pontos tratados pela diretora da Petrobras

  • Novas áreas exploratórias são essenciais para manter o nível de produção de petróleo no Brasil.
  • “Não há uma empresa de exploração de óleo e gás sem a exploração”, citando a CEO, Magda Chambriard.
  • Parceria com a ANP prevê novos leilões e amplia a disponibilidade de áreas para exploração.
  • Margem Equatorial é prioridade e representa a nova fronteira da Petrobras.
  • Licença da Foz do Amazonas marca decisão técnica e destrava futuras explorações.
  • Segurança energética pode avançar com baixas emissões, graças a tecnologia e compensação de carbono.
  • Sergipe Águas Profundas (SEAP) avança com licitação competitiva e previsão de primeiro óleo em 2029–2030.
  • Revitalização da Bacia de Campos busca elevar produção a 1 milhão de barris/dia com otimização e tiebacks.
  • Exploração sustentável reforça que não há incompatibilidade entre óleo e gás e transição energética no Brasil.

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