RIO — O debate sobre a transição energética precisa de “senso de realidade” e reconhecer que o petróleo continuará sendo necessário nas próximas décadas, disse nesta terça-feira (21/10) o diretor executivo de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Cláudio Nunes, durante a abertura da offshore week 2025 no Rio, produzida pelo estúdio eixos, nesta terça-feira (21/10).
Segundo ele, restringir a oferta sem considerar que a demanda por fósseis continua a crescer será um “desastre”. Assinta na íntegra acima!
“É isso o que está se colocando”, disse o executivo, em referência à demora no licenciamento da exploração na Margem Equatorial.
Nunes classificou a emissão da licença de perfuração do primeiro poço na Bacia do Foz do Amazonas como um “dia muito significativo para a indústria”.
Ele conta que que a resistência à abertura de novas fronteiras exploratórias é só uma entre as difculdades enfrentadas pela indústria petrolífera no país.
E cita o momento atual da indústria de óleo e gás como de “incertezas e insegurança”, com desafios como as ameaças ao fim do Repetro e a retração da atividade de exploração.
“Temos que fazer a transição para a economia de baixo carbono, é essencial, mas acreditamos também nas ciências, de que existem mudanças climáticas, mas modelos que iniciam que o petróleo vai continuar sendo necessário até 2050. Não se trata de interromper: o ‘stop fossil fuels’. Isso é um absurdo”, alertou.
Principais pontos tratados pelo diretor do IBP
- Destaque para a grande repercussão da licença para perfuração do primeiro poço na Margem Equatorial, levou mais de cinco anos para ser concedida.
- Momento de incertezas e insegurança na indústria, incluindo ameaças ao Repetro, riscos regulatórios e queda na atividade exploratória.
- Necessidade de transição para economia de baixo carbono, reconhecendo as alterações climáticas.
- Petróleo continuará sendo necessário além de 2050; a política de “stop fossil fuels” é inadequada.
- Transição energética deve ser realista, considerando demanda crescente e segurança energética, e incluir soluções adaptadas a diferentes regiões.
- Mobilização do IBP para representar o setor e propor estratégias de desenvolvimento sustentável no Brasil.
- Setores como uso da terra e agropecuária geram emissões maiores que o petróleo, reforçando a importância de abordagem equilibrada na transição.