O equilíbrio do debate sobre descarbonização prevaleceu na COP30, em Belém (PA), sem radicalismos, na visão do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy.
Em entrevista ao programa diálogos da transição COP30 na terça (25/11), Ardenghy destacou que a conferência do clima avançou em assuntos como mitigação, financiamento climático e no roadmap. Assista na íntegra acima.
“Então eu acho que o que prevaleceu foi, assim, primeiro uma visão equilibrada, sem essas atitudes mais radicais, porque aqui não estamos falando de bons e maus, não estamos falando de perdedores e vencedores, nós estamos todos no mesmo barco”, disse.
O presidente do IBP comenta que a indústria do petróleo tem com o que contribuir para o debate e citou, nesse sentido, o inventário de tecnologias de redução de emissões apresentado pelo setor na COP.
“O Brasil é líder tecnológico no setor de óleo e gás e também em descarbonização do setor.”
“Tem muito a contribuir com experiências, tem muito a contribuir com ideias, com tecnologias, e vamos avançar, porque o importante é que a gente reduziu as emissões.”
Ardenghy comentou também sobre o desafio imposto pela desvalorização dos preços internacionais do petróleo e afirmou que as empresas já estão se preparando para esse cenário.
“Todas as empresas estão apertando os cintos. É um fenômeno normal, muito comum de acontecer na nossa indústria. As empresas vivem desses ciclos de alta e baixa. O que se espera é que a partir de 2027 o preço do petróleo reduzido reduza alguns investimentos, então a tendência é também reduzir a produção. Isso sob a estabilidade da demanda”, afirmou.
Apresentado por Mariana Procópio, o programa diálogos da transição COP30 traz os principais destaques do dia da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, realizada em Belém (PA). Inscreva-se no canal da agência eixos no Youtube, ative as notificações e fique por dentro de todos os conteúdos.
Principais assuntos tratados pelo presidente do IBP
- COP30 e avaliação geral: avanço em mitigação, financiamento e roadmap da transição, com papel destacado do Brasil como anfitrião.
- Compromissos: indústria de óleo e gás apresenta metas de descarbonização rumo a 2050 e quer fazer parte da solução climática.
- Eficiência do setor: queda das emissões operacionais mesmo com aumento da produção.
- Inventário apresentado em Belém aponta corte de 5,8% no escopo 1 e 2 do setor.
- Eficiência: emissões caem mesmo com aumento de 13% da produção, indicando maior eficiência na produção e processamento.
- Adiantamento das metas do Plano Clima 2030 com emissões já próximas ao objetivo de 15 kg de CO2 por barril.
- Brasil se consolida entre líderes em petróleo de baixa intensidade de carbono.
- Inovação offshore: tecnologia HISEP pode reduzir consumo energético nas plataformas ao separar petróleo, água e gás natural no leito marinho.
- Caminho duplo: descarbonizar e ampliar produção, diante da previsão de crescimento da demanda por energia até 2050.
- Consumo global crescente, puxado por economias emergentes e pela expansão de data centers, exigem energia firme e confiável.
- Margem Equatorial: defesa da exploração para repor reservas e evitar futura dependência externa.