RIO — O movimento da rodada da oferta permanente de concessão em junho mostrou que as empresas estão ansiosas em recompor áreas para trabalhar com exploração de petróleo e gás, disse o diretor Técnico da S&P Global, Flavio Fernandes, durante a offshore week 2025 no Rio, produzida pelo estúdio eixos, nesta terça (21/10). Assista na íntegra acima!
Fernandes destacou que é importante continuar a expandir as atividades de exploração, do contrário, haverá déficit na oferta.
“Se a gente não agregar mais reservas, vai faltar gasolina no tanque”, disse.
Ele lembrou que mesmo que os países consigam atingir as metas de zerar emissões até 2050 ainda vai haver demanda por petróleo.
Nesse contexto, ele lembrou que o Brasil pode fornecer petróleo com menos emissões.
“Precisamos continuar investindo. Esse óleo vai ser necessário e em algum outro país alguém vai acabar fazendo isso”, disse.
Segundo Fernandes, há apetite dos investidores para continuar a apostar nesse mercado no Brasil, mas o país precisa dar um maior suporte, sobretudo aos órgãos estatais, para continuar a desenvolver esse setor.
“O que a gente falha como país é o suporte que a gente dá aos nossos órgãos estatais, a falta de suporte que a ANP tem em termos de recursos, a falta de suporte na área de licenciamento. Existe uma falta de recursos pela quantidade trabalho que tem”, afirmou.
Principais pontos tratados pelo diretor da S&P Global
- Ansiedade em recompor áreas: companhias querem retomar exploração, especialmente na Margem Equatorial brasileira
- Expansão da exploração é essencial: sem novas reservas, haverá déficit global de petróleo, mesmo com metas de net zero 2050
- Cenário global de baixo nível de perfuração: em 2024, apenas 251 poços pioneiros foram perfurados, com pouca recomposição de reservas nos últimos anos
- Importância estratégica do Brasil: o país possui regiões offshore pouco conhecidas, oferecendo oportunidades significativas de exploração
- Risco de déficit de oferta: mesmo com descarbonização, a demanda continuará e pode haver déficit de 6 a 10 milhões de barris/dia até 2050
- Necessidade de suporte ao mercado: reservas devem ser exploradas de forma organizada para garantir oferta futura e atender à demanda global