diálogos da transição 2025

Acesso a capital é prioridade para destravar uso do gás natural em caminhões, diz diretor da Edge

Para Guilherme Mattos, reduzir o custo do capital e criar incentivos como pedágio menor para caminhões a gás são passos essenciais para acelerar a transição do diesel no transporte pesado

RIO — O diretor Comercial da Edge, Guilherme Mattos, entende que a financiabilidade é a pauta prioritária para se destravar o uso do gás natural no transporte pesado. E defende que a redução dos pedágios para caminhões a gás, nas rodovias, deveria ser pensada como política para impulsionar a substituição gradual do diesel nas estradas brasileiras.

Ao participar na sexta (24/10) do diálogos da transição 2025, evento promovido pelo estúdio eixos em parceria estratégica com a Firjan, Mattos destacou que a entrada do gás no segmento de transporte pesado já está acontecendo, mas que são necessários novos estímulos para acelerar a transformação da matriz rodoviária. Assista na íntegra acima!

“A gente tem tecnologia, de montagem dos caminhões. A gente tem tem players, como nós, investindo na cadeia, tanto do suprimento do gás como na infraestrutura necessária ao longo das rodovias. E o fato que a gente precisa de um pouco mais de força para o investimento, para reduzir custo de capital”, defendeu.

Ele vê avanços nesse sentido, como, por exemplo, a possibilidade de uso do Fundo Clima.

Este ano, o Congresso derrubou um veto presidencial e retomou um artigo do Paten que incluía projetos de infraestrutura de abastecimento de gás comprimido (GNC) ou liquefeito (GNL) no rol de projetos elegíveis aos recursos do Fundo Clima

Mattos, aliás, acredita que o uso de caminhões abastecidos a GNL será uma tendência, já que eles possuem uma autonomia maior que o caminhão a gás natural veicular (GNV).

“O GNL consegue dar uma autonomia muito próxima ao diesel”, explica o diretor.

Principais pontos tratados pelo diretor da Edge

  • Demanda em foco: após avanços na oferta, o desafio é ampliar o consumo e consolidar o mercado livre de gás, em expansão desde 2023.
  • Empresa do Grupo Cosan, criada em 2024, a Edge atua como comercializadora de gás e biometano e investe em infraestrutura para garantir segurança de suprimento.
  • Investimentos estratégicos: destaque para o Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP) e a planta de biometano One Bill, em Paulínia (SP).
  • Prioridades: segurança e cliente no centro, oferecendo soluções de descarbonização e flexibilidade para o setor industrial.
  • Mercado livre em crescimento: presença em oito estados e mais de 40 clientes, com 50% da demanda industrial já em negociação fora do mercado cativo.
  • Portfólio diversificado: gás proveniente de mais de 20 supridores, incluindo pré-sal, Bolívia, Argentina, GNL e biometano.
  • Interiorização do consumo: uso de GNL transportado por carretas para substituir óleo combustível e GLP em regiões fora da malha de gás.
  • Exemplo prático: parceria com a LD Celulose, no Triângulo Mineiro, para substituir óleo por GNL.
  • Transição energética: aposta no gás e no biometano como vetores da descarbonização e motor do aumento da demanda industrial.

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