A Eve, empresa de veículos aéreos para mobilidade urbana da Embraer, já soma 1.735 pedidos para seus eVtols (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical), previstos para começar a operar a partir de 2026.
Os pedidos são feitos por meio de cartas de intenção não vinculantes.
Com fluxo de encomendas calculado em aproximadamente US$ 5,2 bilhões, a estimativa é que o “carro voador” responda por cerca de 55% do faturamento da Eve em 2030.
No cronograma, estão previstas 75 unidades em 2026, após liberação pelas autoridades reguladoras, e mais 1.117 em 2030.
A companhia também deverá ter, no segundo trimestre de 2022, ações negociadas na Bolsa de Nova Iorque (NYSE) por meio de uma combinação de negócios com a Zanite Acquisition.
O valor implícito da empresa é de aproximadamente US$ 2,4 bilhões e o valor patrimonial cerca de US$ 2,9 bilhões.
A Embraer manterá o controle da companhia, com cerca de 82% das ações.
Segundo a fabricante brasileira, os recursos da transação serão usados para expandir a mobilidade aérea urbana da Eve com o eVTOL.
“Acreditamos que o mercado de mobilidade aérea urbana tem um enorme potencial de expansão nos próximos anos com base em uma proposta de transporte eficiente e com zero emissões, e que com essa combinação de negócios, a Eve estará muito bem-posicionada para se tornar um dos principais players neste segmento”, disse Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer.
A subsidiária da Embraer terá quatro linhas de receitas:
- Venda dos eVTOLs, que deve responder por cerca de 55% do faturamento em 2030;
- Serviços e manutenção (26%);
- Operação das aeronaves (18%);
- Venda dos sistemas de controle de tráfego aéreo para os eVTOLs (1%).
Com a promessa de custos de operação muito mais baixos e melhores preços para o consumidor, a Eve projeta um trânsito intenso dos elétricos voadores no céu das grandes cidades no médio prazo.
Os primeiros serviços oferecidos devem ser de translado para aeroportos. A Embraer já fez simulações (usando helicópteros) no Galeão, no Rio, e também participa de estudos com dois aeroportos em Londres.
Margem bruta de 25%
A Eve espera ter margem bruta de 25% quando seus eVTOLs começarem a entrar em operação a partir de 2026, informa a Reuters.
Sem dar detalhes, o vice-presidente financeiro da companhia, Eduardo Couto, afirma que a expectativa é ter uma margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 15% a 20%.
Já o presidente-executivo da Eve, André Stein, conta que, se as projeções atuais se confirmarem, a companhia terá 15% de um mercado que pode chegar a US$ 31 bilhões no final da década.