O Departamento de Energia dos Estados Unidos pretende financiar um programa de US$ 8 bilhões para desenvolver hubs regionais de hidrogênio limpo (H2Hubs) no país. O governo norte-americano anunciou que criará redes de produtores de hidrogênio, consumidores e infraestrutura local para acelerar o uso do energético renovável.
O programa está inserido na Lei Bipartidária aprovada em 2021 pelo Congresso dos EUA, que prevê investimentos de cerca de US$ 1 trilhão na construção de infraestrutura para descarbonização da economia.
O hidrogênio limpo é considerado crucial para alcançar a meta do presidente Joe Biden de ter uma rede elétrica 100% limpa até 2035 e zerar as emissões de carbono até 2050.
Para aprofundar:
- Agência de crédito britânica mira hidrogênio e eólica offshore no Brasil
- Se emplacar, hidrogênio pode movimentar US$ 5 trilhões até 2050
- Vender hidrogênio para indústria é mais lucrativo que transformá-lo em energia, diz estudo
- Airbus lança centro para tecnologias de hidrogênio no Reino Unido
- Roterdã quer fornecer 4,6 mi de toneladas de hidrogênio para Europa; maior parte será importada
“A energia do hidrogênio tem o poder de reduzir as emissões de vários setores intensivos em carbono e abrir um mundo de oportunidades econômicas para empresas e trabalhadores de energia limpa em todo o país”, disse a ministra de Energia dos EUA, Jennifer Granholm.
Em 2021, o Departamento de Energia dos EUA lançou um programa que buscava reduzir o custo do hidrogênio limpo em 80%, para US$ 1 por quilo em uma década. Atualmente, o hidrogênio verde custa cerca de US$ 5 por quilo.
Ao atingir a meta de redução de custos, a expectativa do governo é aumentar em cinco vezes a demanda e a produção de hidrogênio limpo a partir de energia renovável e nuclear.
Hoje, os EUA produzem cerca de 10 milhões de toneladas de hidrogênio anualmente — o que equivale a cerca de 11% da produção global. A maior parte do recurso é produzido nos EUA a partir do gás natural através da reforma do metano a vapor.
Plano Marshall para energia limpa
Em reunião extraordinária realizada em março pela Agência Internacional de Energia (AIE), após a invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin, a ministra de Energia dos EUA chegou a dizer que seria necessário um “esforço de guerra” para produzir mais óleo e ao mesmo tempo acelerar a transição energética.
“É um momento para nos questionarmos: neste momento de nossa história, qual vai ser nossa versão do Plano Marshall para energia limpa e segura para 2022 e além?”, questionou Jennifer Granholm na ocasião.
Na visão do governo americano, o mundo precisa de mais óleo o mais rápido possível para vencer a crise atual, além de investir pesado na transição.
“Esta transição de energia limpa pode ser o projeto de paz de nosso tempo. Mas a paz sempre vem depois da luta. Portanto, vamos dar a este projeto de paz o foco, o compromisso e os recursos de um esforço em tempo de guerra. Nosso Plano Marshall”, disse a ministra.