Diálogos da Transição

EUA, México e Canadá firmam parcerias para veículos elétricos e hidrogênio

Colaboração trilateral inclui instalação de carregadores de veículos elétricos ao longo das fronteiras

EUA, México e Canadá firmam parcerias para veículos elétricos e hidrogênio. Na imagem: da esquerda para a direita, López Obrador, Joe Biden e Justin Trudeau, na Casa Branca em 2021 (Foto: Reprodução)
Da esquerda para a direita, López Obrador, Joe Biden e Justin Trudeau, na Casa Branca em 2021 (Foto: Reprodução)

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Diálogos da Transição

Editada por Nayara Machado
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Os Estados Unidos, México e Canadá definiram no início desta semana uma série de agendas para fortalecer a economia dos países no Norte da América, junto com o compromisso de combater a mudança climática. Eletrificação da frota e hidrogênio de baixo carbono estão no radar.

No ano passado, os EUA aprovaram uma lei destinando US$ 369 bilhões para financiar a transição doméstica, posicionando o país para atrair investimentos em novas energias.

Os planos dos EUA incluem, por exemplo, instalar 950 milhões de painéis solares e 120 mil turbinas eólicas até 2030 para abastecer casas, empresas e comunidades; e chegar a cerca de 2,3 mil fábricas de baterias em escala de rede.

Durante a Cúpula de Líderes da América do Norte na terça (10/1), os três países lançaram um comunicado em que “reconhecem a urgência de medidas rápidas, coordenadas e ambiciosas para construir economias de energia limpa e responder à crise climática”.

Entre os compromissos divulgados, está o de desenvolver um plano para padrões operacionais e a instalação de carregadores de veículos elétricos ao longo das fronteiras internacionais.

Além de cooperar na elaboração de um conjunto de ferramentas de descarbonização do trânsito, voltado para eletrificação do transporte público.

No hidrogênio, o plano é desenvolver um mercado de “hidrogênio limpo”, incluindo códigos e padrões de segurança, clusters de hidrogênio transfronteiriços e corredores verdes para transporte marítimo.

Vale dizer que a escolha por hidrogênio “limpo”, e não “verde”, demonstra a disposição de EUA, México e Canadá colaborarem com alternativas de baixa emissão que vão além da eletrólise, e incluem biomassa, gás natural com captura de carbono e nuclear.

Os acordos trilaterais preveem ainda cooperação para alcançar o Compromisso Global do Metano.

Para isso, assumem meta de reduzir as emissões de metano do setor de resíduos sólidos e águas residuais em pelo menos 15% até 2030 em relação aos níveis de 2020 e medição e mitigação de metano agrícola.

Cobrimos por aqui:

US$ 650 bilhões

O mundo está entrando em uma nova era de fabricação de tecnologia limpa, e as estratégias industriais dos países serão a chave para o sucesso, mostra relatório lançado hoje pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).

O mercado global para as principais tecnologias de energia limpa fabricadas em massa valerá cerca de US$ 650 bilhões por ano até 2030 — mais de três vezes o nível atual — se os países em todo o mundo implementarem totalmente suas promessas anunciadas de energia e clima.

Os empregos no segmento mais do que dobrariam de 6 milhões hoje para quase 14 milhões até 2030 — e um crescimento industrial e de emprego ainda mais rápido é esperado nas próximas décadas, à medida que as transições avançam.

Ao mesmo tempo, as atuais cadeias de fornecimento estão superconcentradas, colocando planos em risco.

Para tecnologias como painéis solares, turbinas eólicas, baterias para VEs, eletrolisadores e bombas de calor, os três maiores países produtores respondem por pelo menos 70% da capacidade de fabricação de cada tecnologia — com a China dominando todos eles.

Algo parecido ocorre na extração de minerais críticos: o Congo produz mais de 70% do cobalto mundial e apenas três países — Austrália, Chile e China — respondem por mais de 90% da produção global de lítio.

 

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COP do O&G

Os Emirados Árabes Unidos nomearam o sultão Ahmed al-Jaber, CEO da petroleira estatal Adnoc, como presidente da conferência climática das Nações Unidas (COP28), marcada para 30 de novembro no país.

É a primeira vez que a conferência climática da ONU é presidida por um executivo do setor de petróleo e a nomeação não foi bem recebida entre ambientalistas. Mas a conferência do ano passado, no Egito, também foi marcada por um recorde de presença de lobistas da indústria fóssil.

Hidrogênio verde em Minas

A Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e o projeto H2Brasil estão desenvolvendo uma iniciativa para a aplicação do hidrogênio verde junto a indústrias mineiras.

Centro de Hidrogênio Verde (CH2V) em Itajubá (MG) terá unidade de produção via eletrólise, armazenamento e abastecimento veicular de hidrogênio verde em escala laboratorial; e será alimentado totalmente por energia renovável, com capacidade produtiva de 60 m³/h.

Leilões eólicos na Índia

A meta é leiloar anualmente 8 gigawatts (GW) de projetos de energia eólica até o final de 2030 para aumentar a capacidade de energia renovável, disse o governo.

A Índia, um dos maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, quer aumentar sua geração de energia renovável para 500 GW até 2030, de uma produção atual de cerca de 120 GW, segundo dados do governo. Reuters