BRASÍLIA — A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, anunciou na quinta (6/10) um acordo de empréstimo para o Clean Technology Fund (CTF) — um fundo fiduciário multilateral para ajudar países emergentes em sua transição para tecnologias de baixo carbono.
O empréstimo de US$ 950 milhões é parte da promessa de Joe Biden de fornecer US$ 11 bilhões em financiamento climático para esses mercados.
“Esperamos que essa contribuição ajude a impulsionar os programas gerais da Parceria para a Transição de Energia Justa, ao mesmo tempo em que desenvolvemos a experiência e o envolvimento de bancos multilaterais de desenvolvimento nesses países”, comenta Alexia Latortue, secretária adjunta do Tesouro para Comércio Internacional e Desenvolvimento.
Segundo a executiva, a expectativa é incentivar uma escala maior de financiamento climático para atingir as metas de descarbonização do acordo de Paris.
Países ricos mobilizaram US$ 83,3 bilhões em financiamento climático para países emergentes ou vulneráveis em 2020, ainda abaixo dos US$ 100 bilhões por ano prometidos em 2009.
De acordo com nova análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), houve um aumento de 4% em relação a 2019, impulsionado principalmente pelos incentivos públicos, mas insuficiente para concretizar a promessa original.
O compromisso de países ricos de fornecer US$ 100 bilhões anualmente para ação climática em países emergentes deveria ter sido cumprido em 2020 e ser sustentado até 2025.
Mas cenários da OCDE divulgados em outubro de 2021 mostraram que, se todos os compromissos apresentados por provedores bilaterais e multilaterais até aquele momento forem materializados, o nível de US$ 100 bilhões seria atingido apenas em 2023.
Transição do carvão
Os recursos anunciados ontem pelos EUA também cumprem a promessa do país de apoiar o Programa de Aceleração do Investimento para a Transição do Carvão do CTF, feito na Cúpula do G7 de 2021, incluindo parcerias de transição energética.
O empréstimo financiará projetos desenvolvidos pelos bancos multilaterais de desenvolvimento com prioridade nos planos apresentados pelos governos da África do Sul, Indonésia, Índia e Filipinas, começando em outubro de 2022.
Os programas podem incluir instalação de novas energias renováveis, aposentadoria de usinas a carvão mais antigas e redirecionamento de infraestrutura para novos usos e programas de apoio a novos investimentos e empregos em comunidades afetadas pela transição energética.