Gás Natural

Equinor contrata FPSO e equipamentos subsea para campo de gás BM-C-33

Operadora fechou contrato com Modec para a plataforma e com a TechnipFMC para o pacote de SURF (Subsea, Umbilicals, Risers and Flowlines)

Equinor contrata FPSO e equipamentos subsea da Modec para exploração do campo de gás BM-C-33, no pré-sal de Campos. Na imagem: Desenho esquemático da produção do projeto do BM-C-33, na Bacia de Campos (Ilustração: Equinor)
Desenho esquemático da produção do projeto do BM-C-33, na Bacia de Campos (Ilustração: Equinor)

A Equinor fechou um pacote de contração de equipamentos para o desenvolvimento da produção do projeto de gás BM-C-33, em águas profundas da Bacia de Campos. O pacote prevê a contração de equipamentos submarinos com a TechnipFMC. A Modec será responsável pelo fornecimento de um FPSO.

O contrato para o fornecimento do FPSO, que será entregue em 2027, inclui engenharia, aquisição, construção e instalação para toda a unidade.

A Modec também fornecerá à Equinor serviços de operação e manutenção do FPSO durante o primeiro ano de produção.

O FPSO que será contratado será projetado para produzir 16 milhões de m³/dia de gás natural e a ideia é interligar o futuro campo ao Terminal de Cabiúnas, em Macaé, região Norte do Rio de Janeiro. Esse volume pode representar 15% da demanda brasileira de gás na partida.

“A Modec também conta com o contrato do FPSO do nosso projeto Bacalhau, e esperamos aproveitar as experiências entre os dois projetos para garantir a execução dos projetos de maneira segura e eficiente. Também temos uma longa história de colaboração com a TechnipFMC e estamos contentes de continuarmos nossa boa colaboração no desenvolvimento de outro projeto relevante”, afirma Geir Tungeskiv, vice-presidente Executivo de Projetos, Perfuração & Procurement.

Para o subsea, a Equinor exerceu uma opção no contrato de projeto de engenharia básica com a TechnipFMC, fechado em julho de 2022, para fornecer engenharia integrada, aquisição, construção e instalação para o SURF. O sistema será instalado em uma profundidade de água de aproximadamente 2.900 metros, que representa a instalação mais profunda na história da Equinor.

O contrato inclui a entrega de sistemas de árvores subsea 2.0, coletores, jumpers, risers rígidos e linhas de fluxo, umbilicais, terminações de extremidade de tubulação e equipamentos de distribuição subsea e controle de topside. A TechnipFMC tem uma forte presença local e também foi contratada para acordos envolvendo equipamentos adicionais e serviços operacionais subsea.

Investimento de US$ 9 bilhões

A Petrobras, Equinor e a Repsol Sinopec anunciaram nesta segunda-feira (8/5) a decisão final de investimento no projeto do bloco exploratório BM-C-33. O projeto, onde está a descoberta de Pão de Açúcar, vai demandar US$ 9 bilhões em investimentos e extrair reservas de óleo e gás acima de 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe).

No bloco foram realizadas três descobertas no pré-sal: Seat (2010), Gávea (2011) e uma grande descoberta de gás e condensado no prospecto Pão de Açúcar, anunciada em 2012, onde são estimados 1 bilhão de barris equivalentes.

A produção em Pão de Açúcar, descoberta no BM-C-33, pré-sal da Bacia de Campos, e operada pela Equinor Brasil (35%), terá um sistema inédito de tratamento de gás natural instalado no topside da própria plataforma de produção.

Foi a solução encontrada para lidar com o grande potencial de produção de gás natural associado no ativo.

“Essa solução, de fazer o processamento do gás natural em cima da plataforma, é inédita e inovadora do ponto de vista tecnológico. E sua aplicação foi muito importante para dar robustez econômica para o nosso projeto”, explicou Verônica Coelho, presidente da Equinor Brasil, durante a gas week 2021.

LEIA TAMBÉM:

Abertura do mercado de gás trouxe conforto para o projeto

O projeto do BM-C-33, na Bacia de Campos, trará um volume de gás novo para o mercado brasileiro de 14 milhões de m³/dia a partir de 2028. O diretor do Projeto na Equinor, Thiago Penna, conta que a evolução da abertura do mercado brasileiro de gás natural, nos últimos anos, trouxe mais confiança para que o consórcio avançasse, enfim, na decisão de investimento do ativo.

Equinor (35%), a operadora, e suas sócias Repsol Sinopec (35%) e Petrobras (30%) tentam tirar o projeto do papel há anos. A declaração de comercialidade do BM-C-33 estava prevista inicialmente para 2017, mas foi postergada por falta de um mercado, conta Penna.

Ficha técnica

  • Parceiros: Equinor 35% (operadora), Repsol Sinopec Brasil 35%, Petrobras 30%
  • As descobertas foram feitas pela Repsol Sinopec em 2010
  • A Equinor se tornou operadora em 2016
  • O bloco está localizado no pré-sal da Bacia de Campos, no Brasil
  • A licença está localizada aproximadamente a 200 km da costa, em profundidade de até 2.900 metros
  • O projeto contém gás natural e óleo/condensados recuperáveis de mais de 1.0 bn boe
  • A capacidade de escoamento de gás é de 16 milhões de metros cúbicos por dia, o que pode representar 15% da demanda brasileira de gás natural no início da produção
  • A capacidade do FPSO é de aproximadamente 126 mil barris por dia
  • O início da produção é previsto para 2028