A Equinor anunciou nesta quinta-feira (1/5) que o campo de Peregrino, na Bacia de Campos, atingiu a produção de 110 mil barris de petróleo por dia (bpd). A marca é a capacidade máxima de processamento do FPSO Peregrino e foi alcançada por meio de investimentos em tecnologias e infraestrutura.
Peregrino é o primeiro ativo da petroleira no Brasil e é o maior campo produtor operado pela companhia fora da Noruega. É operado pela a Equinor (60%), que tem como parceira a Sinochem (40%).
Após um extenso programa de manutenção, atualizações e reparos no FPSO e instalação de uma nova plataforma, a Peregrino C, em outubro de 2022 a Fase 2 do campo produziu seu primeiro óleo. A segunda fase estendeu a vida útil do ativo até 2040 e adicionará de 250 a 300 milhões de barris de óleo no campo.
Em setembro de 2022, a Equinor implementou seu projeto de importação de gás no campo de Peregrino, substituindo a utilização de diesel por gás natural como fonte energética das operações do campo. A iniciativa é capaz de evitar 100 mil toneladas de emissões de CO2 do campo por ano.
Outros projetos de óleo e gás
A Equinor opera no Brasil também os projetos de Bacalhau, na Bacia de Santos, e o bloco BM-C-33, na Bacia de Santos, onde recentemente anunciou a decisão final de investimento de US$ 9 bilhões em investimentos e extrair reservas de óleo e gás acima de 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe).
A Equinor opera a área do BM-C-33, onde tem 35% de participação, desde dezembro de 2016. A empresa tem como sócias no projeto a Repsol Sinopec (35%) e a Petrobras (30%). O início da produção está previsto ocorrer em 2028. Veja a ficha do projeto no final da matéria.
No mês passado, a Equinor fechou um pacote de contração de equipamentos para o desenvolvimento da produção do BM-C-33. O pacote prevê a contração de equipamentos submarinos com a TechnipFMC. A Modec será responsável pelo fornecimento de um FPSO.
O contrato para o fornecimento do FPSO, que será entregue em 2027, inclui engenharia, aquisição, construção e instalação para toda a unidade.
Em fevereiro, a empresa adiou, de 2024 para 2025, a previsão de início da produção no campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos. A pandemia, segundo o presidente da companhia, Anders Opedal., afetou o cronograma dos projetos como um todo na indústria global de óleo e gás. A petroleira norueguesa tenta mitigar os efeitos sobre sua carteira de projetos.
“Acho que todos os projetos foram prejudicados pela covid-19 e não apenas os estaleiros na Ásia, mas em todo o mundo e também na Noruega. Estamos nos recuperando disso agora. E Geir [Tungesvik, vice-presidente de Projeto, Perfuração e Compras] e sua equipe estão fazendo um progresso muito bom. Estamos dentro do planejamento com o projeto Castberg [na Noruega], mas o projeto Bacalhau no Brasil será entregue em 2025”, afirmou Opedal, durante conferência com investidores sobre os resultados financeiros de 2022.
Investimento em energia
Em março, a Petrobras e a Equinor assinaram uma carta de intenções para ampliar a cooperação entre as empresas na avaliação de projetos conjuntos de geração eólica offshore na costa brasileira. Ao todo, as companhias avaliarão a viabilidade técnico-econômica e ambiental de sete projetos que somam até 14,5 GW de potência instalada.
O acordo amplia o escopo de uma parceria firmada entre Petrobras e Equinor em 2018 e que, inicialmente, contemplava apenas dois parques eólicos: Aracatu I e II, ambos localizados na fronteira litorânea entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.
No mês seguinte, a Danske Commodities, subsidiária da norueguesa Equinor, anunciou o início das atividades de comercialização de energia no mercado brasileiro, após fechar as primeiras operações, informou a empresa nesta terça (18/4). É primeiro país sul-americano com atuação da companhia, comprada pela Equinor em 2019.
Em dezembro do ano passado, a Equinor anunciou sua decisão final de investimento no projeto solar Mendubim de 531 MW no Rio Grande do Norte. O empreendimento é desenvolvido como uma joint venture com a Scatec e a Hydro Rein.
Com investimento estimado em cerca de US$ 430 milhões, Mendubim é o segundo projeto solar de grande escala da Equinor no Brasil, seguindo a usina solar Apodi de 162 MW, que entrou em operação em 2018 no Ceará.