Petróleo e Gás

Equinor adia Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos, para 2025

Primeiro campo do pré-sal desenvolvido por uma multinacional, Bacalhau estava previsto para 2024

Equinor adia Bacalhau. Na imagem: Sonda West Saturn, da Seadrill, contratada pela Equinor para perfurações no campo de Bacalhau, na Bacia de Santos (Foto: Divulgação)
Sonda West Saturn, da Seadrill, contratada pela Equinor para perfurações no campo de Bacalhau, na Bacia de Santos (Foto: Divulgação)

RIO — A Equinor adiou, de 2024 para 2025, a previsão de início da produção no campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos, afirmou nesta quarta-feira (8/2) o presidente da companhia, Anders Opedal.

A pandemia, segundo o executivo, afetou o cronograma dos projetos como um todo na indústria global de óleo e gás. A petroleira norueguesa tenta mitigar os efeitos sobre sua carteira de projetos.

“Acho que todos os projetos foram prejudicados pela covid-19 e não apenas os estaleiros na Ásia, mas em todo o mundo e também na Noruega. Estamos nos recuperando disso agora. E Geir [Tungesvik, vice-presidente de Projeto, Perfuração e Compras] e sua equipe estão fazendo um progresso muito bom. Estamos dentro do planejamento com o projeto Castberg [na Noruega], mas o projeto Bacalhau no Brasil será entregue em 2025”, afirmou Opedal, durante conferência com investidores sobre os resultados financeiros de 2022.

A indústria petrolífera convive, desde a recuperação das atividades do setor após o choque de preços de 2020, com atrasos nos cronogramas e aumento dos custos da cadeia de bens e serviços.

A Shell, por exemplo, decidiu reavaliar o projeto de desenvolvimento da produção de Gato do Mato, descoberta nos blocos exploratórios BM-S-54 e Sul de Gato do Mato, na Bacia de Santos.

A empresa entende que aumentos significativos de custos, aliados a uma contínua incerteza, afetam o andamento do projeto. A multinacional quer mais tempo para reavaliar o escopo, desenvolvimento e estratégia de contratação para o campo.

Bacalhau é o principal projeto internacional da Equinor

Bacalhau é um projeto operado pela Equinor (40%), em sociedade com a ExxonMobil (40%) e Petrogal (20%). A Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) também participa do consórcio, como gestora do contrato de partilha.

É o primeiro projeto do pré-sal brasileiro desenvolvido por uma multinacional desde sua fase de declaração de comercialidade. É também o maior projeto da Equinor fora da Noruega.

O ativo foi adquirido da Petrobras em 2016, quando ainda estava na fase de exploração e era conhecido por sua principal descoberta: Carcará.

Quando estiver em produção, a plataforma contratada para a Fase 1 de Bacalhau produzirá 220 mil barris por dia, no pico. O FPSO foi contratado junto à japonesa Modec.

Assista na íntegra a entrevista da presidente da Equinor Brasil, Verônica Coelho, no Backstage ROG 2022

No fim de 2022, a Equinor iniciou a campanha de perfuração, para desenvolvimento do campo. Ao todo, serão 19 poços.

A petroleira norueguesa tem planos de desenvolver uma segunda fase de produção em Bacalhau, mas o projeto ainda não foi sancionado.

Na primeira fase, o gás será reinjetado, e a empresa ainda avalia se a estratégia para a Fase 2 incluirá ou não a comercialização do gás natural.