LONDRES – Em um movimento esperado pelo setor, o governo do Reino Unido não fechou contratos para projetos de energia eólica offshore no mais recente leilão de energia realizado nesta sexta-feira (8/9).
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O resultado está alinhado com as tendências observadas em outros países europeus, como Alemanha e Espanha, que também enfrentaram desafios semelhantes devido ao aumento global da inflação e impactos nas cadeias de suprimentos. O último leilão de eólica offshore dos EUA também fracassou.
Apesar da falta de contratos para eólicas offshore, o leilão britânico contratou 95 novos projetos de energias renováveis, incluindo eólica onshore, solar e geotérmica. Ao todo, foram 3,7 GW de capacidade.
O desempenho contrasta com o do último leilão, em 2022, quando foram contratados 7 GW de eólica offshore.
O leilão britânico funciona no formato de contratos por diferença (CFD, na sigla em inglês). Nesse modelo, o governo garante uma tarifa fixa pela energia ao longo de 15 anos para o empreendedor e tem um mecanismo para compensar a flutuação dos preços de mercado. Uma tarifa é estabelecida para cada fonte e os empreendedores bidam em proposta fechada para ver quem oferece o melhor valor.
Empreendedores disseram à BBC que a tarifa de 44 libras (R$ 273) por MW/h para eólica offshore não levava em conta o aumento dos custos ocorrido nos últimos meses.
Meta fica mais difícil
Esse fracasso deve dificultar o alcance da meta de 50 GW de capacidade eólica offshore até 2030 estabelecida pelo Reino Unido, dos quais até 5 GW são de energia eólica flutuante. Atualmente, há 14 GW em operação no país.
Em nota, o Ministro da Energia e Mudanças Climáticas, Graham Stuart, preferiu destacar o número recorde de projetos e reforçou o compromisso do país com as eólicas offshore.
“Estamos encantados que nosso primeiro leilão anual de Contratos por Diferença tenha registrado um número recorde de projetos bem-sucedidos em áreas como solar, eólica terrestre, energia das marés e, pela primeira vez, geotérmica”, disse em comunicado.
“A energia eólica offshore é central para nossas ambições de descarbonizar nosso fornecimento de eletricidade e nossa meta de construir uma capacidade de 50GW de energia eólica offshore até 2030, incluindo até 5GW de energia eólica flutuante, permanece firme. O Reino Unido instalou 300 novas turbinas no ano passado e trabalharemos com a indústria para garantir que mantenhamos nossa liderança global nesta tecnologia vital.”