Eólica Offshore

Prumo revê estratégia para se posicionar como solução logística para eólicas offshore, diz Andrade

Empresa chegou a entrar com pedido de licenciamento de projeto, mas desistiu de desenvolver parques de geração eólica offshore

A Prumo Logística, empresa controlada pelo fundo EIG e responsável pelo desenvolvimento do Porto do Açu (RJ), pretende se posicionar como fornecedora de soluções logísticas para o setor de eólicas offshore, disse nesta quarta (9/10) o diretor da companhia, Mauro Andrade, na Offshore Week 2024. (Assista na íntegra acima.)

A empresa chegou a entrar com pedido de licenciamento de um projeto próximo ao porto, mas decidiu que não avançará mais com o desenvolvimento de projetos próprios de geração de eólica offshore.

“No começo nossa intenção era ser um desenvolvedor com um parceiro majoritário, nós sendo minoritários, mas ao longo do tempo ficou claro para nós que o porto deveria ser um local para receber múltiplos projetos atendendo diversos players ao mesmo tempo”. 

“E aí nossa participação como desenvolvedor poderia ter algum conflito de interesse. Então decidimos que não vamos ser desenvolvedores”, explicou o executivo.

Andrade conta que a Prumo já tem acordo com uma empresa, para reserva de área, para instalação de um projeto no porto – e que há negociações com outras duas companhias, apesar de os desenvolvedores de projetos ainda estarem à espera da aprovação do marco legal

Atraso na regulação é frustrante, diz Andrade

Ele afirma que a demora na aprovação do marco das eólicas offshore, no Congresso, é, de certa forma, frustrante para as empresas interessadas no desenvolvimento desse negócio no Brasil. 

O executivo cita que, enquanto isso, países como Reino Unido, Dinamarca, Alemanha e EUA têm realizado leilões – e outros, como Portugal e Colômbia, estão avançando na definição de regulações e preparativos para licitações.

“Quanto mais demora para aprovar o marco regulatório e dar uma sinalização para cessão de área, mais difícil fica para prestadores de serviços como nós engajarem com desenvolvedores”, disse o diretor da Prumo.

Segundo ele, o espaço que as eólicas offshore ocuparão na matriz brasileira ainda depende do real custo da fonte.

Andrade destaca, no entanto, que, operacionalmente, a eólica offshore tem vantagens.

“Espera-se um fator de capacidade alto, de 55% ou mais. Ou seja, vai ter uma variabilidade menor que as hídricas no período seco e eólicas onshore. Pode funcionar como fonte complementar em alguns períodos”, comentou.

O executivo defende também que, para além de se pensar em leilões, sejam dados incentivos à instalação da cadeia de fornecedores, para que o Brasil não seja, no futuro, apenas importador de tecnologia.