BRASÍLIA – A petroleira britânica bp e a francesa TotalEnergies foram as duas vencedoras do maior leilão para eólicas offshore realizado pela Alemanha, para desenvolvimento de 7 gigawatts (GW) em quatro locais que não foram pré-desenvolvidos pelo Estado nos mares do Norte e Báltico.
Os resultados foram anunciados nesta quarta (12/7). Com as concessões, o governo vai arrecadar 12,6 bilhões de euros.
“Os resultados confirmam a atratividade de investir em energia eólica offshore na Alemanha”, disse Klaus Müller, presidente do Bundesnetzagentur (órgão regulador de energia da Alemanha).
Segundo Müller, a concorrência em energia eólica offshore deste certame foi a mais alta já observada, e os resultados são um passo fundamental para atingir a meta de expansão offshore do país de 30 GW até 2030.
As vencedoras
A bp conquistou os direitos para desenvolver dois projetos no total de 4 GW no Mar do Norte, localizados a 130 km e 150 km da costa. Ainda sujeitos a licenças, são os primeiros empreendimentos eólicos offshore da empresa britânica na Alemanha.
Segundo a companhia, os retornos esperados de 6 a 8% são consistentes com a estratégia de crescimento de energia renovável, com potencial para obter maior valor por meio da integração em toda a cadeia de valor da Alemanha.
Os pagamentos iniciais totalizando 678 milhões de euros, equivalentes a 10% do valor da proposta, serão pagos até julho de 2024. Os 90% restantes serão pagos em um período de 20 anos, quando os projetos entrarem em operação na próxima década.
A conexão dos parques à rede está prevista para 2030. O pipeline eólico offshore global da bp agora totaliza até 9,2 GW.
Já a TotalEnergies conquistou a concessão de uma área de 200 km2 no Mar do Norte, a 170 km da costa para desenvolver um parque de 2 GW. No Mar Báltico, empresa poderá desenvolver um projeto de 1 GW em uma área de cerca de 100 km2, a 40 km do continente.
As concessões terão prazo de 25 anos, prorrogáveis até 35 anos. O volume de eletricidade produzido equivale ao consumo de mais de 3 milhões de residências.
A TotalEnergies vai pagar ao governo alemão 582 milhões de euros, que serão destinados à conservação do ambiente marinho e à promoção da pesca ecológica.
A energia será comercializada tanto através da venda direta no mercado de eletricidade quanto por meio de acordos de longo prazo, os Power Purchase Agreements (PPAs).
O leilão
Considerado o maior leilão eólico offshore até o momento na Alemanha, foram adjudicados 7 GW de nova capacidade.
A licitação exigiu que os desenvolvedores do projeto pagassem pelo direito de construir seus parques eólicos.
Os resultados foram:
- bp, no Mar do Norte, levou as áreas N-12.2 (3 GW) com uma oferta de €1,56mn/MW; e a N-11.1 (1 GW), por € 1,83mn/MW.
- Total Energies, no Mar do Norte, ficou com a N-12.1, com uma oferta de € 1,875mn/MW. No Mar Báltico, a O2-2, com uma oferta de €2,07mn/MW.
Os preços totais a serem pagos são:
- € 3,66 bilhões para N-11.1 (bp)
- € 3,75 bilhões para N-12.1 (Total)
- € 3,12 bilhões para N-12.2 (bp)
- € 2,07 bilhões para O-2.2 (Total)
Segundo a agência reguladora alemã, foi necessário adotar procedimentos dinâmicos de licitação porque vários lances com valor de zero centavos por quilowatt-hora foram apresentados nos leilões: oito lances de zero centavos para cada um dos sites no Mar do Norte e nove lances de zero centavos para o site no Mar Báltico.
O objetivo de um procedimento de licitação dinâmica é diferenciar os licitantes em um ambiente competitivo quando vários lances de zero centavos foram feitos. Os licitantes vencedores eram os que estavam dispostos a pagar o valor mais alto por cada site.
Custos de eletricidade mais baixos e recursos para conservação marinha
Ainda de acordo com o órgão regulador, 90% das receitas dos leilões irão para a redução dos custos de eletricidade e 5% de cada para a conservação da natureza marinha e promoção da pesca sustentável. Estas últimas, deverão ser pagas ao orçamento federal no prazo de um ano.
As contribuições para a redução dos custos de eletricidade serão pagas em prestações anuais iguais aos operadores das redes de transporte obrigados a ligar os parques eólicos offshore durante um período de 20 anos, a partir da entrada em funcionamento de um parque eólico a partir de 2030.