Um dos projetos eólicos offshore anunciados nesta quarta-feira (13/9) pela Petrobras fica na costa do Rio de Janeiro, onde tem a maior parte de sua produção de óleo e gás. E é o primeiro empreendimento flutuante entre os que estão em processo de licenciamento ambiental no Ibama.
O parque ficará a 42 km do litoral de Cabo Frio, em profundidade d´água entre 120 e 160 metros. Acima de 100 metros, não é possível utilizar fundações fixas, cravadas diretamente no solo marinho.
O empreendimento terá 3,2 GW. de capacidade instalada, distribuídos por 178 aerogeradores de 18 MW cada.
Segundo o diretor de Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim, esse parque pode ser o primeiro teste para novos empreendimentos nas áreas de plataformas de petróleo desativadas na costa brasileira.
“Então, a gente está entrando num novo desafio. Esse parque é importante porque pode ser uma alternativa. No Nordeste, a Petrobras tem campos que serão desativados, e a transição justa inclui trabalhos que vão abarcar e realocar o recurso humano para essas plataformas”, afirmou.
“A tecnologia para eólicas flutuantes vem se desenvolvendo muito rapidamente e apresenta vantagens na sua construção e instalação, uma vez que pode ser montada em um porto, na costa, e rebocadas até o local de instalação, sem necessidade de embarcações específicas para instalação de aerogeradores no mar. A viabilização de projetos com estruturas flutuantes abrirá possibilidades de integração e fornecimento de energia para as nossas plataformas de produção”, disse Tolmasquim.
Testes em laboratório
A companhia já está testando estruturas flutuantes de suporte a turbinas em parceria com a Escola Politécnica da USP e o Laboratório de Tecnologia Oceânica da COPPE/UFRJ.
Em agosto, foram realizados testes com aerogerador em estrutura semissubmersível em escala reduzida. O cenário de aplicação reproduziu as condições ambientais e de mar típicas do pré-sal da Bacia de Santos, onde a tecnologia poderá ser implementada em etapa posterior, se comprovada sua viabilidade técnica e econômica.
Em escala real, a capacidade de cada sistema flutuante será de até 15 MW, o que representa de 10% a 30% da energia elétrica necessária para abastecer uma plataforma do pré-sal. Em uma aplicação offshore, os pesquisadores analisam o cenário de conexão do equipamento de geração eólica à plataforma ou a um sistema submarino – posicionado em águas profundas – por meio de um cabo elétrico (chamado umbilical elétrico) para prover a energia elétrica de baixo carbono para ativos de produção de petróleo e gás.