Eólica offshore

Medições da Petrobras no Nordeste apontam pico de geração de eólica offshore entre 16h e 18h 

Horário coincide com o momento de maior demanda energética, o que torna o cenário mais positivo para a geração eólica offshore

Gerente geral de Geração Renovável da Petrobras, Daniel Faro
Gerente geral de Geração Renovável da Petrobras, Daniel Faro | Foto: Agência Sebrae de Notícias

RIO — O gerente geral de geração renovável da Petrobras, Daniel Faro, revelou na última quarta (9/10), que as medições detalhadas dos ventos que a Petrobras vem realizando em alto mar, demonstraram um pico de geração entre 16h e 18h. 

Segundo o executivo, o horário coincide com o momento de maior demanda energética, o que torna o cenário mais positivo para a geração eólica offshore.

“A partir dos nossos dados no Nordeste, percebemos um pico de geração exatamente no horário que precisa mais”, disse Faro durante evento promovido pelo Reino Unido, no Rio de Janeiro. 

A empresa possui dois LiDAR (sensor óptico que permite medir a velocidade e direção do vento) instalados em águas profundas e mais dois em águas rasas. A expectativa é que mais quatro pontos sejam instalados até o início de 2025.

Faro ainda destacou que a expectativa de queda nos investimentos demandados para eólicas offshore também contribui para um maior otimismo em relação aos projetos em estudo pela Petrobras. 

“Começamos a ter tantos elementos favoráveis e uma previsão de queda de preço. Basta dizer que saiu agora o relatório da IEA confirmando a tendência de queda de valores de CAPEX”, disse. 

“Isso nos deixa muito tranquilos quando olhamos no médio e longo prazo, temos certeza que cabe a fonte. É uma questão de estudar, caracterizar e deixar bem claras as oportunidades para fazer um casamento entre a tecnologia, o mercado e essa demanda que está por vir”. 

O gerente destacou que em um cenário intermediário de crescimento de demanda de energia, a previsão é que até 2050 seja necessário instalar 250 gigawatts só de renováveis, o que representa 9 gigawatts por ano a partir de 2024. 

“Isso sem contar com alguns viabilizadores que ainda podem vir como data center, hidrogênio verde, a própria mobilidade elétrica, são alguns pontos que podem fazer com que cresça até mais rápido”, pontuou. 

Aguardando a regulação 

Enquanto ainda aguarda a aprovação do marco das eólicas offshore no Congresso para, só então, avançar no desenvolvimento de projetos no setor, a Petrobras pretende seguir ampliando a medição e análise de dados sobre o potencial dos ventos da costa brasileira, disse na quarta (9/10) o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim.

“A gente não parou de investir”, afirmou o executivo, ao participar da Offshore Week 2024, promovida pela agência eixos.

Tolmasquim defendeu a importância da aprovação do marco das eólicas offshore. Segundo ele, o projeto de lei é um “ponto inicial” que permitirá testar o real interesse dos investidores e a competitividade da fonte.