Eólica offshore

Enquanto aguarda marco das eólicas offshore para investir, Petrobras amplia medição de ventos, diz Tolmasquim

Agentes do setor pedem celeridade na tramitação do PL, sob o risco de o Brasil perder uma janela de oportunidade para atrair investimentos

Enquanto ainda aguarda a aprovação do marco das eólicas offshore no Congresso para, só então, avançar no desenvolvimento de projetos no setor, a Petrobras pretende seguir ampliando a medição e análise de dados sobre o potencial dos ventos da costa brasileira, disse nesta quarta (9/10) o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim.

“A gente não parou de investir”, afirmou o executivo, ao participar da Offshore Week 2024, promovida pela agência eixos.

Ele citou que a empresa tem, hoje, dois LiDAR (sensor óptico que permite medir a velocidade e direção do vento) instalados em águas profundas e mais dois em águas rasas. A expectativa é que mais quatro pontos sejam instalados até o início de 2025.

Tolmasquim defendeu a importância da aprovação do marco das eólicas offshore. Segundo ele, o projeto de lei é um “ponto inicial” que permitirá testar o real interesse dos investidores e a competitividade da fonte.

Investidor não espera regulação perfeita, diz GWEC

O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados em 2023, mas ainda não há consenso para avançar no Senado – sobretudo em relação às emendas que tratam da prorrogação de usinas a carvão e da contratação compulsória de térmicas a gás e PCHs.

Agentes pedem celeridade na tramitação, sob o risco de o Brasil perder uma janela de oportunidade para atração de investimentos estrangeiros no setor.

A diretora de Políticas Públicas do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), Roberta Cox, destacou que, se o Brasil não “abrir as portas”, com a aprovação do marco, os investidores destinarão capital para outros países com regulações mais estabelecidas.

“O investidor não quer uma regulação perfeita, não quer saber como vai ser de hoje até daqui a 30 anos. Ele quer poder entrar, quer saber as regras do jogo, para poder iniciar os investimentos. Tendo regras, os investidores se adaptam”, disse, na Offshore Week.

Segundo ela, o mercado tem a expectativa de que o Congresso avance com a aprovação da política ainda este mês, antes da COP 29, no Azerbaijão.

Uma vez aprovado o projeto este ano, agentes do setor acreditam que seria viável a realização do primeiro leilão de áreas para eólicas offshore em 2025.

Essa sinalização seria importante para manter os desenvolvedores de projetos ativos no Brasil, defende o country manager da Corio, Ricardo De Luca.

“O final de ano é um período de discussão de orçamento nas empresas. E como é que a gente consegue mais recursos para continuar ano que vem operando, continuar os estudos, engajados no infralegal?”, questionou.