Eólicas no Nordeste

BNDES destina R$ 690 mi para complexo eólico no RN com recursos do Fundo Clima

Parques, com recursos do Fundo Clima e BNDES Finem, têm operação prevista para 2026 e poderão evitar emissões de 188 mil t/ano de CO2, diz Mercadante

Aerogerador no complexo eólico Ventos do Araripe da Casa dos Ventos, localizado no município de Araripina, Pernambuco (Foto Divulgação)
Aerogerador no complexo eólico Ventos do Araripe da Casa dos Ventos, localizado no município de Araripina, Pernambuco (Foto Divulgação)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 690 milhões em financiamento para a construção de dois novos parques eólicos no Rio Grande do Norte, parte do Complexo Serra do Tigre da Casa dos Ventos.

Os recursos — 500 milhões de reais do Fundo Clima e 190 milhões de reais do BNDES Finem — irão para projetos com capacidade total de 121,5 MW, que devem começar a operar comercialmente em 2026 nos municípios de Campo Redondo, Currais Novos, Lajes Pintadas e São Tomé.

O complexo terá ao todo 12 parques e capacidade total de 756 MW — o equivalente ao consumo de cerca de 900 mil residências.

Durante a fase de construção, o BNDES calcula que iniciativa deve gerar 3,5 mil empregos diretos e indiretos na região, conhecida por seus ventos constantes e favoráveis à geração eólica.

Os parques Ventos de São Rafael 03 e 06, contemplados no financiamento, incluem ainda 139 km de linhas de transmissão de energia e duas subestações. Os equipamentos serão fabricados pela dinamarquesa Vestas em sua unidade de Aquiraz (CE), reforçando a cadeia produtiva local, afirmou o BNDES em nota.

“O Complexo Eólico Serra do Tigre será um dos maiores do Brasil e um incremento importante na matriz elétrica renovável brasileira, acelerando a transição energética do país”, frisou o diretor Financeiro da Casa dos Ventos, Ivan Hong.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o projeto consolida a posição do banco como “o maior financiador de energia limpa do mundo, com mais de US$ 36 bilhões destinados a projetos para o setor no Brasil desde 2004”.

A aprovação do projeto “está em linha com a missão do banco de contribuir com a diversificação da matriz energética brasileira, utilizando uma fonte de energia renovável e evitando a emissão de gases de efeito estufa”, afirmou Mercadante em nota.

Segundo cálculos da instituição, a operação evitará a emissão de 188,4 mil toneladas de CO2 por ano — o equivalente à poluição anual de cerca de 40 mil carros.

A iniciativa ocorre em um momento de expansão da energia eólica no Nordeste, região que concentra 80% da capacidade instalada do país, de acordo com o BNDES. Atualmente, o Brasil possui mais de 25 GW em operação em parques eólicos, com previsão de atingir 30 GW até 2026.

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