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Eneva e Virtu GNL compram 180 caminhões movidos a gás liquefeito

O objetivo das empresas é formar um corredor logístico rodoviário com foco na redução de emissões de CO2

Eneva e Virtu GNL compram 180 caminhões a gás liquefeito [na imagem] e querem formar corredor logístico rodoviário com foco na redução de emissões de CO2 (Foto: Wagner Menezes/Divulgação)
Eneva, Scania e Virtu GNL firmaram contrato para criação de corredor logístico (Foto: Wagner Menezes/Divulgação)

BRASÍLIA – Eneva e Virtu GNL anunciaram nesta sexta (2/2) a assinatura de um contrato de aquisição de 180 caminhões a Gás Natural Liquefeito (GNL) da Scania, no que as companhias afirmam ser o maior contrato de venda de caminhões a GNL já realizado na América Latina.

Desse total, 30 veículos serão usados pela GNL Brasil, uma joint venture da Eneva com a Virtu, para atendimento aos contratos firmados pela empresa para a venda de GNL em pequena escala para Vale e Suzano no Maranhão.

Os outros 150 caminhões foram adquiridos pela Virtu e serão destinados a um novo serviço a partir de agosto de 2024. O combustível será fornecido pela Eneva e produzido no mesmo estado.

O objetivo das empresas é formar um corredor logístico rodoviário com foco na redução de emissões de CO2, abrangendo inicialmente as regiões Norte e Nordeste do país. A parceria prevê que a Eneva forneça o GNL, a Scania atue como provedora da solução de transporte, e a Virtu GNL seja a fornecedora de serviços logísticos como a operação dos caminhões e postos de abastecimento.

“A operação dá início à viabilização dos corredores verdes no Brasil, com caminhões movidos a GNL em substituição ao diesel, promovendo uma redução de até 20% na intensidade de emissões de CO2 em comparação com a alternativa tradicional do diesel, reduzindo ainda as emissões de NOx e material particulado”, comenta o CEO da Eneva, Lino Cançado.

Segundo o executo, esse mercado equivale a 9 milhões de metros cúbicos de gás natural/dia, se somadas as principais rotas ao redor da área de influência do complexo da Eneva no Parnaíba.

“Essa cadeia de valor pode se tornar um dos principais veículos de monetização das reservas de gás natural da Eneva depois da geração termelétrica. Cada 10% deste novo mercado seriam equivalentes a aproximadamente 1 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia”, estima.

Já a Virtu GNL, especializada em transporte de gás natural liquefeito, pretende ampliar seu escopo de atuação, oferecendo uma opção com menor pegada de carbono aos clientes. A primeira fase do seu projeto será iniciada pela Rota do Matopiba, que compreende os estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, de produtos que serão escoados pelo Porto de Itaqui, em São Luís (MA).

“Nessa primeira fase, a Virtu GNL implantará duas centrais de descarbonização nos municípios de Presidente Dutra e Balsas, no Maranhão, com investimento inicial de R$ 180 milhões para atuar como plataforma integrada no escoamento da produção”, conta José de Moura Júnior, CEO da Virtu.

O projeto de corredor de GNL da empresa de logística prevê investimentos de R$ 5,7 bilhões para integrar do Norte ao Sul do Brasil, com 39 centrais de descarbonização e 5.300 cavalos mecânicos até 2030.