A Eneva anunciou neste sábado (20/11) que assinou acordo de cooperação com a Servtec Investimentos e Participações para avaliar o desenvolvimento de um terminal de GNL no Porto do Itaqui ou imediações, em São Luís, no Maranhão. As duas empresas podem montar uma joint venture, na qual a Eneva deterá 51% do total de ações e a Servtec deterá os 49% remanescentes.
O acordo prevê direito de exclusividade até 30 de dezembro de 2022, e, após tal data, de primeira recusa até 30 de dezembro de 2023, para desenvolver, gerenciar e explorar o terminal de GNL em conjunto com a Servtec.
A Servtec já manifestou interesse para a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) para a instalação do Terminal de GNL no Porto de Itaqui ou nas imediações de São Luís.
“A decisão final de investimento no terminal está condicionada à conclusão das avaliações e à obtenção das devidas licenças e autorizações para a implantação do projeto”, comentou a Eneva em nota.
Complexo de Gás no Maranhão
A Eneva possui agora 10 campos declarados comerciais na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, sendo cinco em produção – Gavião Real, Gavião Vermelho, Gavião Branco, Gavião Caboclo e Gavião Azul -, e outros cinco em desenvolvimento – Gavião Preto, Gavião Branco Norte, Gavião Tesoura, Gavião Carijó e Gavião Belo.
A capacidade atual total de produção de gás da Eneva na Bacia do Parnaíba é de até 8,4 milhões m³/dia. Todo gás é usado para geração de energia elétrica dentro do próprio complexo, que tem 2,8 GW de capacidade instalada.
Novos negócios com gás
A substituição do consumo de diesel e óleo combustível representa um potencial para o gás natural da ordem de 18 milhões de m³ por dia nas áreas de operação da Eneva.
“Quer dizer que a gente consegue converter esses 18 milhões? Não, mas é um potencial enorme”, afirmou a gerente geral de Comercialização da Eneva, Camila Schoti, durante a epbr gas week, realizada em maio.
Produzindo no Amazonas
A Eneva iniciou em setembro a produção comercial do campo de Azulão, na Bacia do Amazonas. É o primeiro projeto a entrar em operação na região, após 20 anos de sua descoberta.
A Eneva comprou Azulão da Petrobras em novembro de 2017 por US$ 54,5 milhões. A área foi descoberta em 1999 e declarada comercial em 2004, mas até sua venda – 13 anos depois – não foi colocada em operação pela estatal, que chegou a estudar diversos modelos de produção para o projeto.
O Amazonas é um grande produtor de petróleo e gás natural em terra, mas na Bacia do Solimões, onde há infraestrutura para movimentação e processamento de óleo e gás, e escoamento para Manaus.
O gás produzido em Azulão será usado na geração de energia pela termelétrica (UTE) Jaguatirica II, de 117 MW de potência, contratada no 1º leilão para atendimento aos sistemas isolados, realizado em 2019. O gás será liquefeito e transportado por carretas para Boa Vista, capital de Roraima.
Marcos do projeto de Azulão
- Maio de 2021: produção dos primeiros volumes de gás natural, para comissionamento da planta;
- Janeiro de 2020: aprovação de financiamento de R$ 1 bilhão do Banco da Amazônia;
- Outubro de 2019: enquadramento, pelo Ministério de Minas e Energia, da UTE térmica Jaguatirica II como projeto prioritário para emissão de debêntures incentivadas;
- Setembro de 2019: emissão de licença do IPAAM (Amazonas) para a construção das unidades de tratamento de gás natural e de liquefação em Azulão;
- Maio de 2019: Eneva negocia a energia de UTE Jaguatirica II no 1º leilão para um sistema isolado.