Opinião

Regulamentação é um caminho para popularização dos sistemas de armazenamento

Aneel prevê regulamentação de sistemas de armazenamento de energia até maio, impulsionando mercado bilionário no Brasil, escreve Gilberto Camargos

Gilberto Camargos, diretor-executivo da SolaX Power no Brasil (Foto Divulgação)
Gilberto Camargos é diretor-executivo da SolaX Power no Brasil (Foto Divulgação)

No início de fevereiro, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ricardo Tili, anunciou que a regulamentação dos sistemas de armazenamento de energia, como as baterias e usinas reversíveis, deverá ser publicada até o mês de maio deste ano. Essa é uma notícia que vem ao encontro do bom momento e das perspectivas otimistas para este mercado no Brasil.

Um estudo da Clean Energy Latin America (Cela) aponta que o mercado de sistemas de armazenamento de energia em nosso país deve atingir um crescimento de 12,8% ao ano até 2040.

O relatório apontou ainda que o avanço do mercado de baterias a serem incorporadas na infraestrutura da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica brasileira pode movimentar mais de US$ 12,5 bilhões anuais.

É nesse cenário promissor que recebemos com otimismo esse posicionamento da Agência referente à regulamentação desses sistemas. Inicialmente, vejo como uma forma que a Aneel encontrou de garantir embasamento para a tecnologia no mercado brasileiro. 

No âmbito das distribuidoras de energia, das concessionárias, a regulamentação poderá garantir um direcionamento, um embasamento para que essas concessionárias possam se organizar e se posicionar para começarem as tratativas nos processos de homologação dessas tecnologias ou até mesmo para novos projetos que venham a contemplar a tecnologia do armazenamento de energia.

Ademais, ainda este ano está prevista a realização do Leilão de Reserva de Capacidade de Armazenamento, o que deve contribuir para a matriz elétrica nacional, como forma de garantir segurança e disponibilidade de energia em locais onde ela pode ser escassa, além de se configurar como alternativa viável para reduzir a necessidade de ligar fontes poluentes, como as térmicas, por exemplo. 

Os leilões devem ser grandes impulsionadores do setor no Brasil, pois que gera a expectativa de que investidores para projetos de grande porte possam sejam atraídos pelo evento, impulsionando, dessa forma, o mercado de baterias brasileiro.

Nesse sentido, vejo que os fabricantes de soluções de armazenamento de energia que atuam no Brasil — e acreditam no potencial desse mercado e da cadeia como um todo — têm muito a ganhar com os desdobramentos que devem ser conquistados com essa regulamentação no mercado brasileiro.

Este artigo expressa exclusivamente a posição do autor e não necessariamente da instituição para a qual trabalha ou está vinculado.


Gilberto Camargos é diretor-executivo da SolaX Power no Brasil.

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