LYON (FR) — A matriz elétrica brasileira atingiu 88,2% de renovabilidade em 2024, segundo o Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2025 (.pdf), divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) na quinta-feira (29/5).
Destaque para a participação da geração eólica e solar fotovoltaica, que chegou a 24% do total no ano passado, com crescimento de 12,4% da eólica, e 39,6% da solar, com relação a 2023. A hidrelétrica, por outro lado, caiu 1% e representou 56% do total.
Já a matriz energética alcançou o patamar de 50% de renovabilidade, impulsionada por, além do crescimento da eólica e da solar, do licor preto (7,6%) e do biodiesel (28,3%). A oferta interna de energia elétrica também teve crescimento de 5,5% em relação a 2023.
“Nossa matriz é exemplo para o mundo e, com este exemplo, seguiremos avançando rumo a uma transição energética justa, inclusiva e equilibrada, que vai garantir ainda mais renovabilidade nas nossas matrizes e mais oportunidades à nossa população”, comenta o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).
Eletrificação avança na indústria
O documento aponta que o setor industrial aumentou em 1,4% o consumo energético em relação a 2023 e a eletricidade (+4,1%) passou a ser a principal fonte do setor, ultrapassando o bagaço de cana. Além disso, o consumo energético chegou a 64,4% de renovabilidade.
O relatório também indica aumento de 2,7% na participação de renováveis nos transportes, para 25,7%. O resultado foi provocado, principalmente, pelo crescimento de 30,1% de consumo de etanol hidratado e 19,3% de biodiesel. No período, a produção nacional de etanol cresceu 2,8%.
Já o consumo de energia elétrica por veículos eletrificados no transporte rodoviário, pela primeira vez listado, foi de 309 gigawatt-hora (GWh).
Setor de transportes lidera emissões
De acordo com o documento, o total de emissões associadas à matriz energética brasileira em 2024 foi de 431,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2eq). Desse total, 49,7% (214,3 MtCO2eq) foi gerada no setor de transportes.
O setor elétrico, por sua vez, emitiu 59,9 kg de CO2eq para produzir 1 MWh, índice considerado muito baixo, cerca de 4 vezes menor que o observado em países europeus da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), afirmou o MME.