BELO HORIZONTE — O financiamento para geração de energia renovável no Brasil cresceu 6,5% em 2024 em comparação com o ano anterior, segundo estudo da consultoria Clean Energy Latin America (Cela). O volume chegou a R$ 32,5 bilhões no ano passado, ante R$ 30,5 bilhões em 2023.
Houve queda de quase 30% nos créditos para as usinas eólicas de grande porte em 2024 em relação ao ano anterior, com R$ 8,7 bilhões destinados aos empreendimentos, contra R$ 12,2 bilhões em 2023.
Já os financiamentos para energia solar aumentaram 30%, indo de R$ 13,3 bilhões em 2023 para R$ 23,8 bilhões em 2024. Os investimentos em geração distribuída, por sua vez, cresceram 47% em 2024, com R$ 6,9 bilhões investidos.
As usinas solares de geração compartilhada e autoconsumo remoto também cresceram quase 8% no período, com R$ 5,6 bilhões de recursos.
As fontes renováveis vivem dificuldades no país, em meio aos cortes de geração (curtailment), devido a problemas na infraestrutura de transmissão e geração e à baixa demanda.
O levantamento apurou os desembolsos de instituições financeiras que fomentam a geração de eletricidade a partir de fontes eólicas e fotovoltaicas, entre fontes públicas, privadas, cooperativas de crédito e fintechs.
Segundo a consultoria, o aumento do financiamento no ano passado para empreendimentos de geração de energia solar foi puxado pelo mercado de capitais.
“O volume de financiamento para energia solar cresceu de forma significativa em 2024, com uma participação e crescimento relevante de captações no mercado de capitais, via emissão de debêntures e de CRIs (certificados de recebíveis imobiliários)”, disse a CEO da Cela, Camila Ramos.
“Apesar disso, o volume de financiamento para energia eólica caiu de forma significativa, com queda expressiva nos financiamentos via BNDES e BNB”, completou.
Do total dos financiamentos para renováveis em 2024, 43% foram via mercado de capitais, outros 32% por bancos de desenvolvimento e 25% de bancos privados.