Apesar de guerra comercial...

Custo global de renováveis ​​deve seguir em queda, com China ampliando liderança na fabricação

Relatório BNEF projeta quedas de 2-11% em tecnologias eólica, solar e de bateria em 2025

União Europeia lança duas investigações para apurar possíveis subsídios irregulares a fabricantes chineses de painéis solares. Na imagem: Dois trabalhadores de origem asiática realizam testes de painéis solares em fábrica da Longi Solar na China (Foto: Divulgação)
Teste de painéis solares em fábrica da Longi Solar na China (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA — Mesmo com as recentes barreiras comerciais impostas por Estados Unidos e Europa ao produtos chineses, o custo nivelado de eletricidade para tecnologias de energia renovável deve cair de 22-49% até 2035, estima relatório da BloombergNEF (BNEF) divulgado nesta quinta (6/2).

O excesso de capacidade de fabricação de tecnologia limpa da China levou ao aumento do protecionismo na forma de tarifas para evitar que importações baratas afetem seus próprios mercados de energia.

Mas o relatório Levelized Cost of Electricity da BNEF indica que, mesmo que essas barreiras consigam frear temporariamente os declínios de custos, elas não serão capazes de mudar a trajetória de queda nos preços.

Para 2025, a expectativa é que o custo de tecnologias de energia limpa, como eólica, solar e de bateria, caia ainda mais, em 2-11%, quebrando o recorde do ano passado.

De acordo com a BNEF, novos parques eólicos e solares já estão reduzindo o custo de produção em relação a novas usinas de carvão e gás em quase todos os mercados globais.

VEs desaceleram e baterias ficam mais baratas

O custo de referência global para projetos de armazenamento de baterias caiu em um terço em 2024 para US$ 104 por megawatt-hora (MWh), já que um excesso de oferta devido às vendas mais lentas de veículos elétricos levou a preços mais baratos para baterias, mostra a BNEF.

Enquanto isso, o custo de uma fazenda solar de eixo fixo típica caiu 21% globalmente no ano passado. Os módulos chegaram a ser vendidos abaixo do custo de produção, sem sinais de que o excesso de capacidade na cadeia de fornecimento solar diminuirá em 2025.

A previsão é que as baterias cruzarão a linha divisória de US$ 100/MWh em 2025, enquanto os benchmarks globais para geração eólica e solar também devem cair 4% e 2%, respectivamente.

Fator China

A capacidade chinesa de fabricação de tecnologia para renováveis foi um fator-chave por trás dos declínios de custo no ano passado e tem um grande impacto na economia de projetos domésticos e no exterior.

Em média, o país pode produzir um megawatt-hora de eletricidade a partir de grandes tecnologias de geração de energia 11-64% mais barato do que outros mercados.

O relatório cita o exemplo da geração eólica onshore, que custa cerca de 24% menos do que o benchmark global de US$ 38 por megawatt-hora.

“Embora os preços das turbinas eólicas na China tenham caído, eles aumentaram em outros lugares desde 2020. O índice de preços de turbinas da BNEF mostra que os custos dos componentes cairão novamente em 2025, mas os fabricantes estão mantendo os preços altos para melhorar as margens”, diz a consultoria.

No horizonte decenal, a BNEF enxerga espaço para mais eficiências tecnológicas e econômicas.

Em 2035, os custos nivelados de eletricidade usados como referência global pela BNEF caem 26% para energia eólica onshore, 22% para energia eólica offshore, 31% para energia fotovoltaica de eixo fixo e quase 50% para armazenamento em bateria.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias