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CMSE: até junho ONS apresentará estudo para reduzir corte de geração de energia

Medida busca reduzir cortes na geração renovável no Nordeste e melhorar armazenamento em hidrelétricas

Aerogeradores no complexo eólico Ventos do Araripe 3 da Casa dos Ventos, localizado no município de Araripina, Pernambuco (Foto Divulgação)
Complexo eólico Ventos do Araripe 3 da Casa dos Ventos, localizado em Araripina, Pernambuco (Foto Divulgação)

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) comunicou nesta quarta-feira (9/4) que até junho o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deverá apresentar um estudo para permitir maior escoamento de energia elétrica entre os subsistemas, com a adoção de “critérios diferenciados” de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), em caráter “excepcional e temporário”.

A perspectiva é de maior aproveitamento da geração renovável da região Nordeste, visando reduzir o problema de corte de geração — que ocorre por motivos como a limitação de infraestrutura para escoamento de energia. O anúncio foi feito após reunião ordinária desta quarta-feira.

Esse estudo também deve contribuir para o armazenamento dos reservatórios e o atendimento da demanda máxima de consumo de energia, em horário de pico, segundo o comunicado.

O Comitê já criou um grupo de trabalho (GT) para tratar do problema de cortes de geração de energia, com prazo estimado de seis meses, embora uma data definitiva não tenha sido cravada no Ministério de Minas e Energia (MME).

O CMSE aprovou a submissão do plano de trabalho do GT sobre cortes de geração para contribuições externas. Conforme mostrou o Broadcast, enquanto o MME está buscando medidas operacionais para mitigar o problema de corte de geração de energia renovável, o setor pressiona para a ampliação do escopo de ressarcimento nos casos de interrupção da geração.

Ficou decidido também prorrogar, até a reunião de junho de 2025, a importação de energia elétrica a partir da Venezuela, de acordo com proposta apresentada pela Bolt, ratificada em 7 de abril de 2025.

O Comitê anunciou ainda a submissão à Consulta Pública, por 15 dias, de proposta sobre a definição dos critérios e prazos para alterações no nível de aversão ao risco a ser adotado nos modelos computacionais utilizados no Ministério de Minas e Energia (MME), na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no ONS e na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Após a reunião também são informadas previsões técnicas. Em abril, de acordo com o cenário menos favorável, a indicação é que a chamada Energia Natural Afluente (ENA) fique abaixo da média histórica para todos os subsistemas.

Para o Sistema Interligado Nacional, o estudo aponta condições de afluência prevista de 61% da Média de Longo Termo (MLT) — cálculo para quantificar a energia gerada a partir da vazão de água de uma determinada bacia ou rio para um reservatório de uma usina hidrelétrica.

Se confirmado, o patamar de 61% será o menor valor para o mês de um histórico de 95 anos. Sobre o armazenamento de energia, os resultados previstos variam de 67,6% a 68,8% para abril.

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