Energia

Vivo inaugura usina solar no Rio Grande do Norte em parceria com o Grupo Gera

Projeto de geração própria por renováveis da empresa possui 22 usinas em operação de um total de 85 previstas em 2022

Usina solar fotovoltaica ocupa uma área de oito hectares e deve gerar 4.905 MWh/ano para mais de 320 unidades da Vivo, em Nova Cruz/RN (foto: Vivo/Divulgação)
Usina solar fotovoltaica ocupa uma área de oito hectares e deve gerar 4.905 MWh/ano para mais de 320 unidades da Vivo, em Nova Cruz/RN (foto: Vivo/Divulgação)

A Vivo inaugurou ontem (3/1), em Nova Cruz, sua primeira usina de geração distribuída no Rio Grande do Norte (RN).

Construída com o Grupo Gera, a usina de fonte solar fotovoltaica ocupa uma área de oito hectares e deve gerar 4.905 MWh/ano para suprir o consumo de mais de 320 unidades da Vivo (lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão).

A produção será injetada na rede da companhia de distribuição da Cosern (Grupo Neoenergia).

Essa é a 22ª usina da empresa de telefonia a entrar em operação no país. O programa de geração distribuída da Vivo prevê 85, ao todo, produzindo energia a partir de fontes solar, hídrica ou de biogás.

A Vivo calcula que a produção própria de energia no Brasil responderá por 89% do seu consumo em baixa tensão, atendendo mais de 30 mil unidades em todo o país, com cerca de 711 mil MWh/ano de energia.

Juntas, as 22 usinas distribuídas por diversas regiões brasileiras já abastecem 7.770 unidades consumidoras e produzem 192.194 MWh/ano.

Vivo é 100% renovável desde 2018

A Vivo espera concluir a instalação das 85 usinas até o final de 2022. Os investimentos incluem fontes solar (61% da energia total prevista no projeto da empresa), hídrica (30%) e biogás (9%).

Em dezembro do ano passado, a companhia inaugurou, em Santos, sua primeira usina de geração distribuída a biogás no estado de São Paulo.

A usina, instalada em uma área de 1.490 metros quadrados, junto ao aterro Terrestre Ambiental, utiliza entre 2.500 e 5.000 Nm³/h de biogás com alto teor de metano para geração de energia elétrica e créditos de carbono.

São produzidos e injetados na rede da companhia de distribuição CPFL Piratininga 20.850 MWh/ano, energia capaz de suprir o consumo de mais de mil unidades da Vivo.

Em outubro do mesmo ano, a Vivo havia inaugurado sua primeira usina de GD a partir do biogás, no estado do Rio de Janeiro. A planta, com capacidade de geração de mais de 11 mil MWh/ano, foi instalada em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.

Desde 2018, o consumo de energia da companhia é 100% renovável. Naquele ano, o consumo foi de 26% de renováveis (obtidas no mercado livre e em GD própria) para 100% – por meio da aquisição de certificados de energia (I-RECs) de fonte eólica para os 74% restantes. Os I-RECs são certificados internacionais de renováveis (International Renewable Energy Certificates, em inglês).

Com isso, a empresa antecipou em 12 anos sua meta de consumo totalmente renovável, prevista para 2030. E reduziu em 70% as suas emissões de CO2 com relação a 2015. Desde 2019, a Vivo é também uma empresa neutra em carbono.

5G aumentará consumo de energia

As empresas de telecomunicações no Brasil estão investindo na descarbonização de suas operações. A maioria foca no fornecimento de energia limpa e eficiência, já que o consumo de energia é a principal fonte de emissão do setor.

Luciano Santos do Rego, diretor de Enterprise Business da Huawei Brasil, explica que com a chegada do 5G, a tendência para as operadoras do setor é de um aumento no consumo total de energia, podendo chegar ao dobro a depender de como será implementada.

Daí a necessidade de investir na geração própria de energia renovável, entre outras soluções para reduzir emissões de carbono.

“O grande desafio do setor de telecomunicações é fazer com que a implantação do 5G ocorra sem esse impacto do aumento do consumo de energia dentro das redes”, comenta.

Uma análise da Boston Consulting Group (BCG) aponta que o setor das TICs é agora responsável por 3 a 4% das emissões globais de CO2 — o dobro do nível do setor de aviação, por exemplo.

Na estimativa da BCG, para 2021 a utilização de dados móveis teria um crescimento global de 60% e a indústria poderia ser responsável por um recorde de 14% das emissões mundiais de CO2 até 2040. Dos quais,  90% das emissões viriam de atividades da cadeia de distribuição, como o consumo de energia.