Por Marieta Cazarré – Repórter da Agência Brasil
Montevidéu – Os trabalhadores da subsidiária da Petrobras em Montevidéu, Uruguai, decidiram em assembleia geral iniciar uma greve geral, por tempo indeterminado, a partir do dia 27 de maio.
O sindicalista do setor de gás Alejandro Acosta disse que a população não será afetada, uma vez que os serviços básicos de fornecimento de gás e os serviços de emergência serão cobertos por funcionários em regime de plantão. Os demais serviços administrativos, comerciais e de instalações de novos pontos, segundo o sindicalista, ficarão suspensos.
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Os trabalhadores querem que todos os postos de trabalho sejam preservados enquanto durar o período de saída da Petrobras do país. Até o momento, o saldo é de 11 demissões, 53 trabalhadores suspensos por 14 dias e uma previsão de outras 30 demissões nos próximos dias.
Dois empregados estão em greve de fome desde o dia 30 de abril. Um terceiro trabalhador, que também estava em greve de fome, teve que ser internado no último fim de semana por orientações médicas. Ele já obteve alta e está em internação domiciliar, em recuperação.
Os 53 trabalhadores suspensos, de acordo com o sindicalista Alejandro Acosta, estão para serem demitidos. “Já nos consideramos despedidos porque os 14 dias de suspensão é o máximo legal para suspender alguém antes de proceder com a demissão. Se somarmos aos 30 postos de trabalho que a Petrobras pretende reduzir, são 94 postos de trabalho afetados, o que é 60% da força de trabalho da empresa. Desfazendo-se desse conjunto de trabalhadores, não se pode levar a cabo o serviço de gás natural de forma correta ao usuário, por mais boa vontade que tenhamos”.
Os trabalhadores vêm pressionando a estatal brasileira desde o anúncio de sua intenção de deixar o país, no último dia 26 de abril. A empresa argumenta que suas operações no Uruguai são deficitárias e que está determinada a não continuar acumulando prejuízos.
O sindicalista disse que pedirá uma reunião urgente ao presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, para que ele tome uma atitude sobre o assunto. “Até agora o único ator que não se manifestou foi o Poder Executivo. E a Petrobras apenas aumenta sua escalada de agressividade e de ações contra os trabalhadores e contra os usuários”, disse o sindicalista.
A Petrobras é dona das empresas MontevideoGas e Conecta, que prestam os serviços de distribuição de gás na capital e no interior do país, respectivamente.
A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério do Trabalho uruguaio, mas não obteve resposta.