Quem pode comprar o pré-sal da União na B3?

Guilherme França, da Petrobras, e Ibsen Flores, da PPSA, na assinatura da venda da primeira carga do petróleo de Mero
Guilherme França, da Petrobras, e Ibsen Flores, da PPSA, na assinatura da venda da primeira carga do petróleo de Mero
Guilherme França, da Petrobras, e Ibsen Flores, da PPSA, na assinatura da venda da primeira carga do petróleo de Mero – Foto: Cortesia PPSA

A Pré-Sal Petróleo (PPSA) vai comercializar pela B3, novo nome da Bolsa de Valores de São Paulo, a parcela da União na produção futura de petróleo no pré-sal dos campos de Lula, Sapinhoá e Mero, primeira área declarada comercial a partir do contrato de Libra.

Os contratos, que terão validade de 12 meses, poderão ser adquiridos por um único comprador ou por até três empresas diferentes. O vencedor vai adquirir toda a produção do respectivo campo durante um ano, remunerando a União, a cada retirada de carga, de acordo com a proposta de preços ofertada no leilão, baseada no Preço de Referência do Petróleo (PRP).

E o que precisa para participar do leilão?

Ter navios aliviadores de posicionamento dinâmico

Todos os três campos – Lula, Sapinhoá e Mero – operam com unidades do tipo FPSO. A retirada do petróleo é feita a partir de navios aliviadores.

Capacidade de transferência ship to ship

Operação Ship-to-Ship (STS) é a transferência de carga de petróleo e seus derivados entre embarcações localizadas em águas brasileiras, podendo ocorrer com as embarcações em movimento ou fundeadas.

O Ibama tem hoje seis empresas autorizadas a realizar este tipo de operação, sendo que a Petrobras e a Transpetro (sua subsidiária de logística) estão na lista. Como a Petrobras não presta serviços para terceiros e a Transpetro presta serviços apenas para a Petrobras, se alguma empresa que não seja a Petrobras vencer a licitação terá que contratar uma das quatro habilitadas pelo Ibama

Empresa Informações do arquivo
AET Brasil PDF, 3.5 MB
Fendercare do Brasil Comércio e Serviços Navais Ltda PDF, 580 KB – Atualizado em 24/01/18
Fendercare Serviços Marinhos do Brasil Ltda PDF, 396 KB
Oceanpact Serviços Marítimos Ltda PDF, 114 KB – Atualizado em 29/12/17
Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) PDF, 611 KB
Petrobras Transporte S.A (Transpetro) PDF, 1.2 MB

Possuir embarcações de apoio à operações navais e offshore

De acordo com dados da Abeam, a frota de apoio marítimo em águas brasileiras totalizava ao final de dezembro 371 embarcações, sendo 310 de bandeira brasileira e 61 de bandeira estrangeira. Comparativamente a dezembro de 2015 foram desmobilizadas 111 embarcações de bandeira estrangeira e acrescentadas 59 de bandeira brasileira. Cerca de 21 embarcações, originalmente de bandeira estrangeira, tiveram suas bandeiras trocadas para bandeira brasileira.

E a PPSA já vendeu o petróleo da União?

Na semana passada, a PPSA anunciou a primeira venda de 500 mil barris de petróleo do pré-sal do campo de Mero, do contrato de Partilha de Produção de Libra, para a Petrobras. Os 500 mil barris serão embarcados para a estatal em duas etapas, sendo a primeira no início de abril, e a segunda, no final do mesmo mês. Apesar de o valor da operação não ter sido fixado, Ibsen Flores adiantou que ao preço de referência de janeiro, a comercialização está em torno de R$ 100 milhões.

A PPSA vai iniciar o processo de venda de mais 500 mil barris para efetivação no primeiro semestre. A exemplo do que ocorreu na primeira operação para a Petrobras, a venda será feita pelo sistema de licitação. Na primeria, vencida pela Petrobras, oito empresas participaram da disputa. “A gente convida as empresas que operam no Brasil e que tenham a logística adequada; elas oferecem o preço e quem der o melhor preço, compra”.