A Petrobras confirmou nesta quarta-feira (25/7) que a Ouro Preto Óleo e Gás, do empresário Rodolfo Landim, apresentou a melhor proposta para aquisição dos Polos Enchova e Pampo, em águas rasas da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A empresa foi convidada para participar da fase de negociação dos contratos, não tendo sido, entretanto, celebrado qualquer acordo de exclusividade.
“É importante destacar que não existe, neste momento, qualquer decisão quanto aos termos e condições finais relacionadas a esse processo de desinvestimento”, afirma a empresa em nota.
A Petrobras lançou em julho do ano passado a concorrência para a venda de 30 campos em águas rasas nas bacias do Ceará, Potiguar, Campos e Santos. Há um ano, os campos produziam juntos 30 mil barris de óleo equivalente por dia. Os projetos fazem parte do programa de Parcerias e Desinvestimentos da Petrobras, que pretende levantar até US$ 21 bilhões até dezembro.
E quais são os campos que a Ouro Preto pode comprar?
Os polos Enchova e Pampo incluem dez campos, mas nem todos produzem. Os sistemas são integrados: no polo Pampo, a produção de petróleo e gás é escoada pela plataforma PCE-1, em Enchova, onde é transferida, junto com a produção do polo Enchova, para a planta de Cabiúnas, em Macaé.
A Petrobras vende os ativos como oportunidades de revitalização, por meio da recuperação de poços, recuperação secundária e exploração de reservatórios não desenvolvidos.
Polo Enchova
Inclui os campos de Marimbá, Enchova, Bonito, Enchova Oeste, Bicudo e Piraúna e produz 16,8 mil barris/dia de petróleo em 2018, até maio – produziu quase o dobro em 2016. Marimbá é o principal ativo, com 13,6 mil barris/dia e Bicudo e Piraúna foram interrompidos.
A distância da costa varia entre 80km e 115km do Cabo de São Tomé e a operação ocorre em lâminas d’água entre 100 m e 780 m.
“Múltiplas iniciativas de recuperação (incluindo perfuração de novos poços, reconexão e recompletação de poços, e injeção de água) podem ser implementadas para melhorar o perfil de produção dos ativos”, afirma a Petrobras nos documentos de oferta dos ativos.
Em Marimbá, a produção é realizada pelas plataformas P-08 e P-15 e escoada pela P-65, para tratamento e descarte da água produzida.
Em Bonito, segundo maior produtor, Enchova e Enchova Oeste a produção é feita pela Plataforma Central de Enchova (PCE-1) e o tratamento de óleo e água, pela P-65. Bonito também é conectado à P-15.
Polo Pampo
Formado pelos campos de Pampo, Badejo, Linguado e Trilha, o polo está quase todo paralisado é uma oferta baseada no potencial upside dos ativos. Praticamente, apenas Pampo produz, em média 9,3 mil barris/dia este ano – em Linguado há registro de 13 barris/dia.
De acordo com a Petrobras, há uma reservatório, batizado de Siri, que pode ser desenvolvido com injeção de água e “levar a um significantivo ramp-up na produção no campo de Badejo”. Há oportunidades no polo para conexão de poços adicionais em Pampo, Trilha e Linguado.