Marcelo Squassoni, ex-presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara, é preso

Ex-deputado é alvo da Operação Círculo Vicioso, que investiga fraudes em contratos na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp)

Squassoni sobre a Lei do Gás: "é possível votar rápido mas não vou tomar uma atitude sem ouvir todo mundo"  / Foto: liderança do PRB na Câmara
Squassoni sobre a Lei do Gás: "é possível votar rápido mas não vou tomar uma atitude sem ouvir todo mundo" / Foto: liderança do PRB na Câmara

O ex-deputado federal Marcelo Squassoni (PRB/SP), que presidiu a Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados, foi preso na manhã desta quinta-feira, 22, em uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que apura fraudes em contratos da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

De acordo com o MPF, Squassoni foi o responsável pela indicação de antigos membros da diretoria da Codesp, que viabilizaram o esquema de desvio de recursos. O ex-deputado federal teria atuado no esquema durante o mandato na Câmara dos Deputados e antes, quando era vereador no Guarujá e presidente da Câmara Municipal da cidade. O ex-deputado teria sido favorecido com R$ 1,6 milhão no esquema, entre recebimento de empréstimos e bens utilizados.

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Ao todo, a Operação Círculo Vicioso, 2ª fase da Operação Tritão, cumpre 21 mandados de prisão e 24 de busca e epreensão. A operação investiga desvios em contratos que somam R$ 100 milhões.

Squasoni é o principal alvo da operação de hoje e seu nome já havia aparecido na 1ª fase da operação, deflagrada em outubro de 2018. Na época foi encontrado um cheque assinado por Squassoni no valor de R$ 200 mil na casa do empresário Mario Jorge Paladino, alvo de investigação por irregularidades no Porto de Santos. O então deputado alegou se tratar de pagamento de campanha.

 Relator da Lei do Gás

Squassoni foi presidente da CME em 2018 e nas primeiras semanas de trabalho da comissão buscou a relatoria da Lei do Gás (PL 6407/2013), mas só apresentou novo parecer em agosto de 2018. Era um substitutivo distante do consenso negociado pelo Ministério de Minas e Energia com os atores envolvidos.

No texto ele também incluíra o então chamado Dutogas, uma proposta de criação de um fundo para financiar a expansão da rede de gasodutos do país. A proposta era apoiada pela Abegas.

Com a resistência de Squassoni em ceder em postos do relatório, a Lei do Gás não foi votada em 2018. O texto foi desarquivado no começo deste ano para voltar ao debate na comissão.

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