A Petrobras iniciou nesta sexta-feira, 28, a venda formal de quatro das oito refinarias que pretende desinvestir. A empresa divulgou teaser para a venda da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), Refinaria Landulpho Alves (RLAM), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) e Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP). As unidades estão instaladas nos estado de Pernambuco, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul, respectivamente.
Podem disputar a aquisição das refinarias empresas do setor de óleo e gás com receita anual, em 2018, acima de US$ 3 bilhões e que tenham e operem ativos de produção, refino, transporte, logística, comércio, trading ou distribuição de petróleo e/ou seus derivados. Também podem participar investidor ou grupo econômico com pelo menos US$1 bilhão em ativos sob gestão ou controle.
[sc name=”newsform”]
Propostas poderão ser feitas de forma individual e em consórcio. A empresa que quiser participar da disputa pelas refinarias terá que informar ao Citi, contratado pela Petrobras como assessor financeiro exclusivo para a operação, interesse nos projetos até 16 de agosto de 2019 para receber os documentos para participar da venda das unidades.
O complexo que será vendido junto com a RNEST prevê, além da refinaria, a venda de 101 km de dutos da rede que interliga a refinaria mais 15 km de dutos de petróleo e derivados ligando a refinaria ao Terminal de Suape, que também será vendido.
A RNEST foi a última refinaria construída pela Petrobras e está envolvida em uma série de escândalos de corrupção que foram investigados pela operação Lava Jata. A unidade foi projetada e desenvolvida durante a gestão de Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato, na diretoria de Abastecimento da empresa.
A Petrobras vai vender junto com a RLAM 669 km de dutos que integram a rede da refinaria, incluindo oleodutos curtos (Becan 6”, Becan 8”, e 21 Oleodutos de petróleo e derivados ligando a RLAM ao Terminal Madre de Deus) e oleodutos longos (ORSUB ligando a RLAM aos Terminais de Jequié e Itabuna; ORPENE L1/14”, ORPEN 12” e ORPENE 8”, ligando a RLAM ao Complexo Petroquímico de Camaçari).
A venda da refinaria baiana prevê também o desinvestimento em quatro terminais no estado: Candeias, Itabua, Jequié e Madre de Deus. A RLAM começou a operar em 1950 e tem capacidade para processar 330 mil barris por dia de petróleo.
A venda da REPAR vai incluir 476 km de dutos da rede que interconecta a refinaria, incluindo dutos longos (OPASC, ligando a REPAR aos Terminais de Guaramirim, Itajaí e Biguaçu, OLAPA, ligando a REPAR ao Terminal de Paranaguá, OSPAR, ligando a REPAR ao Terminal São Francisco do Sul). Também está previsto no pacote cinco terminais de azenamento em Paranaguá, São Francisco do Sul, Guaramirim, Itajaí e Biguaçu.
Na REFAP, a Petrobras vai vender junto com a refinaria 260 km de oleodutos, incluindo oleodutos curtos (ORNIT, ligando a REFAP ao Terminal de Niterói) e oleodutos longos (ORSUL 6’‘ e ORSUL 10”, ligando a REFAP às unidades industriais de Triunfo (Braskem), OSCAN 16’‘ I e OSCAN 22”, ligando a REFAP ao Terminal de Tramandaí), além dos terminais de Niterói e Tramandaí, ambos no Rio Grande do Sul.
A Petrobras pretende vender outras quatro refinarias que fazem parte do seu portfólio: Refinaria Gabriel Passos (Regap); Isaac Sabbá (Reman); Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor); e Unidade de Industrialização do Xisto (SIX).
Com isso, a Petrobras deve manter refinarias apenas no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Norte.