Frustração com cessão onerosa levou a alta do dólar, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central afirma que agentes do mercado esperavam uma entrada de recursos maior

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza audiência pública interativa para discutir as diretrizes, implementação e perspectivas futuras da política monetária. rrEm pronunciamento, presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto.rrFoto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza audiência pública interativa para discutir as diretrizes, implementação e perspectivas futuras da política monetária. rrEm pronunciamento, presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto.rrFoto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (19/11) que a frustração com o resultado do leilão do excedente da cessão onerosa e a entrada de dólares no país em volume menor do que o esperado por agentes do mercado levou à recente alta da moeda estrangeira. Campos Neto participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Para o presidente do BC,  agentes do mercado esperavam uma entrada de recursos maior com o leilão e “se posicionaram para capturar o dólar caindo com essa entrada”. O leilão rendeu R$ 69,96 bilhões em bônus de assinatura para os cofres públicos, mas o governo esperava vender todas as quatro áreas, o que garantiria aos cofres do Tesouro R$ 106 bilhões.

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“De fato, teve uma frustração com cessão onerosa por agentes que tinham se posicionado para esse movimento. Como não ocorreu, houve uma saída de dólares”, explicou.

Ontem (18/11), o dólar comercial fechou no maior valor da história do Plano Real, a R$ 4,206. Nesta terça-feira, a moeda chegou a ser cotada a R$ 4,21.

A BC cancelou hoje leilões de swap cambial reverso, que consiste na compra de dólares no mercado futuro, e de dólar à vista. Também foi cancelada oferta simultânea de dólar à vista e de contratos de swaps que seria realizada amanhã, 20.

Para Campos Neto, outro fator que tem pressionado a moeda é a decisão de empresas de antecipar pagamentos de dívidas no exterior, num movimento impulsionado pela Petrobras, que fez um movimento de grande volume nesse sentido.

Mas o presidente do BC afirmou que a alta do dólar é um movimento global, mas que, afirma,  ocorre em um momento de “melhora da percepção de risco” em relação a o Brasil. Segundo ele, o banco está preparado para atuar caso a saída de dólares do Brasil permaneça e afete mais fortemente a inflação.

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