O ambiente de negócios está realmente saudável e previsível no país?

O ambiente de negócios está realmente saudável e previsível no país?

A virada do ano é sempre o momento em que as petroleiras reorganizam seus planejamentos, olham para os últimos meses para identificar erros e acertos da última estratégia montada. Neste momento, que é comum para todas as empresas que atuam no país, que se sucedem questões como:

● O ambiente de negócios está realmente saudável e previsível no país?

● Esses investidores/operadores internacionais e outros estariam aplicando recursos proporcionais aos seus discursos?

Há a percepção que haveriam muitas pendências e flutuações legais/regulatórias ainda. Nao haveria segurança total. Fica a sensação, o que viria amanhã?

1. Uma nova abordagem para o REPETRO? Há notícias que os presidenciáveis seriam contra o atual REPETRO. A depender de quem vença as eleições presidenciais, tudo pode se reverter?

2. O Conteúdo Local, há alguns meses “flexionado” para a visão do investidor, agora volta a ser “focalizado” na visão do fornecedor? Seria um Conteúdo Local sanfonado?

3. A Petrobras continuaria a ser “induzida” a fazer opções aparentemente nem tão coerentes com o seu momento? Por exemplo, exercendo preferência em três áreas no pré-sal que quem sabe não seriam de seu momento? Ou recebendo aparente influência política nos preços do GLP?

4. A Cessão Onerosa continuaria com solução incerta e “postergante”?

5. O mercado fornecedor local de bens e serviços permaneceria com o viés de proteção ao invés de competição e mundialização?

6. A venda de ativos continuaria eternamente um assunto ideológico e judicial?

7. As Licenças ambientais continuariam a ser imprevisíveis? Mesmo depois de de blocos ganhos e contratos assinados?

8. As empresas nacionais de Óleo e Gás estariam fadadas a diversas questões difíceis, como as arbitragens recentes?

Não há dúvidas de que qualquer país que tenha atividades de petróleo tem problemas, alguns quem sabe até bem mais complicados que os nossos.

Exatamente por que as nossas questões seriam bem mais solucionáveis que poderia haver um esforço coordenado para direcionar e harmonizar esses temas e outros ainda em flutuação. Acordos políticos, institucionais, ideológicos. As diferenças não precisam ser abandonadas, apenas acordos produtivos para fazer o país caminhar mais suavemente, com mais regularidade, tranquilidade e atratividade, gerando oportunidades aos tantos brasileiros que querem trabalhar e viver em paz.

Poderíamos nos lembrar de dois conceitos:

Apenas os erros novos são permitidos

Acordo não é conchavo, mas sim conviver com as diferenças e alinhar os esforços para a produção e o crescimento.

Armando Cavanha (cavanha.com) é professor convidado da FGV/MBA