Minas e Energia lança novo projeto para setor de gás em junho

Em café com jornalistas, ministro Bento Albuquerque afirmou que projeto "Agenda do Novo Mercado de Gás" irá compreender esforços da Petrobras, ANP e Cade

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Foto: MME
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Foto: MME

BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quinta-feira (21/3) que o governo lançará um projeto para o setor de gás chamado de Agenda do Novo Mercado de Gás até o final de junho. O programa, de acordo com Albuquerque, irá compreender esforços da Petrobras, ANP e também do Cade para criar condições de desenvolvimento do setor de gás natural.

Durante um café com jornalistas na manhã desta quinta-feira, 21, em Brasília, o ministro não quis confirmar a declaração do titular da pasta da Economia, Paulo Guedes, que pretende reduzir pela metade o preço do gás no país, mas afirmou que MME e Economia têm trabalhado juntos no desenho de propostas do governo para o setor.

[sc name=”newsform”]

“Não sei se será uma redução de 50% do custo do gás, porque é muito difícil quantificar isso, mas o objetivo é que o valor da energia gerada pelo gás seja competitivo. Nós temos consciência de que o gás terá um papel importante na matriz energética brasileira e estaremos atendendo a uma demanda antiga do mercado”, afirmou.

Albuquerque também pontuou que, quando não houver consenso sobre uma pauta, o tema será levado para ser decidido pelo governo federal. “Alguns pontos transcendem o ministério”, disse.

O ministro não deu maiores detalhes sobre como seria o projeto Agenda do Novo Mercado de Gás e no que ele se diferencia do Gás Para Crescer, iniciativa lançada para o setor na gestão do então ministro e hoje deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM/PE).

“O que estamos fazendo é aperfeiçoando o que merece e apresentando o que entendemos como novo para a sociedade”, afirmou. O almirante também não deixou claro em sua fala como será o posicionamento do Ministério em relação à Lei do Gás (PL 6407/2013), que tramita atualmente na Câmara dos Deputados.

Questionado pela epbr se o Ministério da Economia (ME) participa efetivamente da construção do projeto, o ministro confirmou a participação da equipe econômica e destacou que conversa com Guedes frequentemente para coordenar ações que são de competência do Ministério de Minas e Energia, mas que dependem de articulação.

A tentativa de demonstrar que não há desencontro entre o MME e o ME, porém, esbarra em uma coletiva de imprensa do secretário Especial da Fazenda, Walderly Rodrigues, prevista para amanhã, 22, para tratar de cessão onerosa, Eletrobras e ajuda financeira aos estados. O ministro Albuquerque disse não estar a par do que seria falado.

“Falei ontem à noite com Paulo Guedes. Inclusive mencionei que faria uma coletiva de manhã com a imprensa e ele não mencionou nada pra mim [sobre cessão onerosa]. Não penso que vá sair alguma coisa porque nós estamos fazendo parte do processo e não falamos sobre isso”, declarou.

Ministro confirma leilão da cessão em 28 de outubro
Durante a coletiva, o ministro assegurou que o leilão do excedente da cessão onerosa será realizado no dia 28 de outubro e que as negociações com a Petrobras para a revisão do contrato estão adiantadas, mas não quis confirmar valores.

O Político, serviço de notícias exclusivas da epbr, divulgou na última segunda-feira, 18, que a União deve pagar US$ 9 bilhões à Petrobras pela revisão do contrato da cessão onerosa. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve se reunir até a primeira semana de abril para tratar sobre o leilão.