Marinha envia embarcações para combater óleo no Nordeste

Veja mapa das áreas atingidas e rota do navio Bouboulina, apontado pelo Ministério Público como principal suspeito pelo vazamento

Força-tarefa tenta conter óleo em Abrolhos. Desastre ambiental atinge os nove estados do Nordeste / Foto: EBC
Força-tarefa tenta conter óleo em Abrolhos. Desastre ambiental atinge os nove estados do Nordeste / Foto: EBC

A Marinha inicia nesta segunda-feira, 4, o movimento de deslocamento de cinco embarcações fundeadas no Rio de janeiro para auxiliar no combate ao óleo que atinge o litoral dos nove estados do Nordeste. O movimento ocorre mais de dois meses após o aparecimento do óleo no litoral, em 29 de agosto.

No grupo de embarcações estão os dois maiores navios da Marinha, o Atlântico, um porta-helicópteros com capacidade para até 18 aeronaves, e o Bahia, embarcação classificada tecnicamente como um navio doca multipropósito, que tem capacidade para até três helicópteros. Também seguem para o litoral do Nordeste um terceiro navio, uma fragata e seis aeronaves da Marinha.

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Na última sexta-feira o óleo chegou ao arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia. O arquipélago é um parque nacional e é considerado a área  mais rica em biodiversidade marinha do Atlântico Sul. Antes de atingir o arquipélago, o óleo foi identificado na Ponta do Corumbau, parte mais ao norte do banco de Abrolhos. A prefeitura do município de Prado informou às autoridades em 31 de outubro.

A Marinha já atua no monitoramento da região do arquipélago com oito navios e sete aeronaves desde 12 de outubro.

Veja o mapa das áreas atingidas:

As embarcações que saem hoje do litoral do Rio de Janeiro devem chegar no Nordeste em 10 de novembro. A Marinha informou que o porta-helicópteros Atlântico e a fragata vão atuar na patrulha e monitoramento do litoral, enquanto o Bahia ficará ancorado no porto de Suape, no Recife (PE).

A Marinha também está deslocando 670 fuzileiros navais, que vão participar da limpeza de praias, arrecifes e manguezais.

Proprietária do navio Bouboulina nega responsabilidade

A Delta Tankers, proprietária do navio suezmax Bouboulina, acusado pelo Ministério Público Federal de ser o principal suspeito pelo vazamento que originou o desastre ambiental, negou qualquer responsabilidade. A empresa da Grécia afirmou à AFP que o navio cumpriu, sem incidentes, o transporte de óleo venezuelano para a Malásia.

A epbr consultou os dados de navegação do Bouboulina no Marine Traffic. Em 18 de julho, ele deixa a Venezuela e faz a passagem pela costa Leste da América do Sul, entre 18 e 30 de julho, depois segue pelo Oeste da África na rota em direção à Asia.

Entre os dias 3 e 13 de setembro, a embarcação ancorou na costa da Malásia. Em seguida, cruzou o Estreito de Malaca, para Cingapura, e permaneceu cerca de um dia na região identificada como Arquipélago de Riau, de acordo com dados da localização por satélite. Depois retornou para o Oeste da África.

Veja aqui o mapa e a planilha com os dados do Bouboulina.

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