Inteligência Emocional: sua chave para o sucesso

Inteligência Emocional: sua chave para o sucesso

Continuando nossa série com dicas de carreira para aproveitar a retomada do setor de Petróleo e Gás, hoje vou falar de um assunto que pode ser o divisor de águas entre conseguir e fazer ou não um bom trabalho. E vale não só para a retomada da indústria de Petróleo e Gás como também para se preparar para o futuro do trabalho: As Soft Skills.

A Agência Nacional de Educação dos EUA identificou as 4C’s como sendo as mais importantes para que jovens profissionais pudessem ser bem sucedidos no mercado de trabalho do século XXI: Pensamento Crítico (Critical Thinking), Comunicação, Colaboração e Criatividade. Em outro estudo feito pela Payscale em 2016 sobre habilidades para o mercado de trabalho, os gerentes responsáveis pelas contratações listaram o Pensamento Crítico, Resolução de Problemas, Atenção para detalhes e Liderança como as habilidades que mais faltam entre os jovens profissionais em busca de emprego.

O Jornal O Globo, já em 2011, trouxe uma matéria que reforça essa estatística: “Inteligência emocional passa a ser mais importante que conhecimento técnico”, que mostrou que em uma pesquisa realizada pela IMC Consultoria Empresarial com RH de 68 empresas, 75% deles afirmaram que ter inteligência emocional conta mais do que a técnica na hora de conseguir uma vaga ou ser promovido. Além disso, segundo Tom Peter, guru da administração empresarial, autor do best-seller “Vencendo a crise”, o sucesso nos negócios dependeria de 85% da inteligência emocional e só 15% da tecnologia.

Historicamente o Quociente de Inteligência (QI), que é a capacidade de adquirir conhecimentos e habilidades sempre foi considerado como o melhor indicador de inteligência de uma pessoa. No entanto, nos últimos anos, estudos mostram que o Quociente de Inteligência Emocional ou Emotional Quotient (EQ), em inglês, tem tido um grande diferencial no sucesso e desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas. A inteligência emocional é a capacidade de monitorar seus sentimentos e o sentimento de outros para orientar o pensamento e os comportamentos e ela é formada por 5 habilidades, de acordo com o infográfico feito pela Aumann Bender & Associates e publicado pelo Visual Capitalist:

  • Autoconhecimento – capacidade de entender suas forças e fraquezas;
  • Autocontrole – pensar antes de agir e aceitar que nem tudo está sob seu controle;
  • Motivação – ser apaixonado pelo que faz independente de dinheiro e poder;
  • Empatia – conseguir navegar nas dinamicidade das relações com os outros;
  • Habilidades Sociais – Ser persuasivo e não somente amigável, ser colaborativo e fazer networking.

Possuir um elevado Quociente de Inteligência Emocional pode abrir portas e já é possível quantificar isso. Nesse mesmo estudo, podemos ver algumas estatísticas interessantes:

  • A inteligência emocional explica porque 70% das vezes uma pessoa com QI médio pode superar pessoas com QI bem superiores;
  • 90% das pessoas consideradas Top Performers possuem elevado Quociente de Inteligência Emocional;
  • Inteligência Emocional explica 58% do desempenho de um líder;
  • Pessoas com taxas elevadas de Quociente de IE ganham em média $ 29.000 a mais por ano do que pessoas com um Quociente IE baixo;
  • Cada ponto percentual do Quociente de IE equivale à um aumento de aproximadamente $ 1.300 no salário anual;
  • Pesquisas mostram que o Quociente de IE é crucial para todas as indústrias e setores.

Isso é ótimo, mas, como podemos desenvolver essa Inteligência Emocional?

Embora ainda tenhamos um sistema educacional ultrapassado, fruto da revolução industrial, no qual ,em sua maioria, visa formar profissionais para determinadas habilidades e funções (que podem nem existir mais daqui a alguns anos), as empresas e o governo já têm buscado desenvolver treinamentos e programas que visam preencher essa lacuna da falta de desenvolvimento da inteligência emocional. Cursos online sob demanda, como edX, Coursera, Veduca, Descola, Singularity University, dentre outros, também já oferecem diversos treinamentos, muitos deles gratuitos, que buscam suprir essa necessidade. No entanto, além de treinamentos, uma característica é crucial para desenvolvermos a nossa inteligência emocional: precisamos mudar nosso mindset, ou seja, nossa forma de pensar.

A Psicóloga Carol Dweck tem estudado durante anos sobre atitude e desempenho e de acordo com os seus estudos mais recentes, nossa atitude é mais importante que nossa inteligência (QI) para prever nosso sucesso. E o núcleo dessa atitude está centrada em 2 categorias: mindset fixo ou mindset de crescimento.

Basicamente, a diferença entre ambos é que quando temos um mindset fixo, acreditamos que somos do jeito que somos e não podemos mudar, não importa o que seja feito. Já com o mindset de crescimento, acreditamos que com esforço sempre é possível melhorar, o que faz com que a pessoa com esta mentalidade esteja continuamente crescendo, mesmo na adversidade, ao passo que quem tem a mentalidade fixa, fica estagnada. Desta forma, por isso, pessoas com mentalidade de crescimento conseguem destacar-se mesmo que tenham um QI menor.

A imagem a seguir extraída do artigo sobre o tema publicado pelo World Economic Forum, exemplifica bem a diferença entre ambos:

atigo

Pessoas com mentalidade fixa buscam parecer inteligentes e por isso possuem a tendência de:

  • Evitar desafios
  • Desistir facilmente
  • Enxergar esforço como algo sem resultado
  • E ignorar feedbacks negativos construtivos

Por outro lado, pessoas com mentalidade de crescimento buscam aprender e por isso possuem a tendência de:

  • Abraçar desafios
  • Persistir diante de contratempos
  • Enxergar esforço como o caminho para a excelência
  • Aprender com as críticas

E então, sabendo disso, de que forma você vai encarar o mundo ao seu redor? Não espere as oportunidades, crie-as! Esteja continuamente desenvolvendo-se e encarando a vida com mindset de crescimento. Certamente terá muito mais chances de ser bem sucedido em tudo que fizer.

No próximo artigo mostrarei de que forma a inteligência emocional e as soft skills encaixam-se dentro de um sistema maior: nosso sistema de gestão pessoal. Afinal, se as empresas precisam de sistemas de gestão para navegarem nesse mundo complexo e turbulento do século XXI, nós como pessoas e profissionais também deveríamos ter um, não é mesmo?!

Por isso não perca o próximo artigo e muito obrigado pela leitura! Nesta coluna estarei escrevendo mensalmente sobre Carreira, Transformação Digital, Indústria 4.0 e suas implicações na Indústria de Petróleo, Gás e Energia no Brasil e no mundo. Caso queira acompanhar esses assuntos, fique ligado nesta coluna e também fique à vontade para me seguir nas redes sociais.

Bibliografia:

Visual Capitalist: Emotional Intelligence: A Hidden Key to Career and Workplace Success. http://www.visualcapitalist.com/emotional-intelligence/ Acessado em: 05/11/2017.

O Globo: Inteligência emocional passa a ser mais importante que conhecimento técnico

https://oglobo.globo.com/economia/emprego/inteligencia-emocional-passa-ser-mais-importante-que-conhecimento-tecnico-3008138?versao=amp Acessado em: 05/11/2017.

WEForum: Skill, re-skill and re-skill again. How to keep up with the future of work

https://www.weforum.org/agenda/2017/07/skill-reskill-prepare-for-future-of-work/?utm_content=buffer8be7b&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer Acessado em: 05/11/2017

WEForum: Here’s why your attitude is more important than your intelligence

https://www.weforum.org/agenda/2017/08/heres-why-your-attitude-is-more-important-than-your-intelligence?utm_content=buffera781d&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer Acessado em: 05/11/2017

CLO Media: Soft is the New Strong

http://www.clomedia.com/2017/08/17/soft-new-strong/ Acessado em: 05/11/2017

WEForum: Jobs are changing. But two skills will always be in demand

https://www.weforum.org/agenda/2017/09/linkedin-job-skills-human-capital-report-2017/?utm_content=buffera67c1&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer Acessado em: 05/11/2017