A Equinor está avaliando a instalação de eólicas offshore e novos projetos de energia solar no Brasil. A informação é do presidente da empresa no Brasil, Anders Opedal, que participou de coletiva de imprensa nesta quarta-feira (29/8) na ONS 2018, em Stavanger, na Noruega. A empresa tem meta global de redução de emissões de CO2 fixada em 8 kg por barril de óleo equivalente produzido. Os projetos fazem parte de uma carteira de investimentos que contém US$ 15 bilhões até 2030.
Ontem, também na ONS 2018, a Equinor anunciou que está estudando investimento da ordem de US$ 600 milhões para interligar os campos de Gullfaks e Snorre a um parque eólico offshore que seria responsável por 35% da demanda de energia de cinco plataformas instaladas nas duas áreas. O projeto tem como meta a redução de mais de 200 mil toneladas/ano, o equivalente a emissão de 100 mil carros. No Brasil, a empresa tem ainda seu primeiro de energia solar. Recentemente, a empresa comprou 40% da participação da Scatec Solar na usina de energia solar Apodi, de 162MW, no município de Quixeré, no Ceará, por US$ 25 milhões. O projeto vai fornecer energia para cerca de 160 mil residências.
“O Brasil foi definido como uma das três áreas centrais da Equinor, com significativo potencial de crescimento tanto em petróleo, gás e energia renovável”, comentou Opedal, que em meados de outubro deixa o comando da empresa no Brasil e será substituído por Margareth Øvrum. Os dois mais o CEO global da empresa, Eldar Sætre, aproveitaram a conferência para discutir os investimentos da empresa no Brasil e o cenário político com o secretario-executivo de Minas e Energia, Márcio Félix.
Até 500 mil barris por dia em 2030
A Equinor pretende estar produzindo no país algo entre 300 mil e 500 mil barris por dia de petróleo no Brasil. Atualmente, a empresa produz cerca de 70 mil barris por dia de petróleo no campo de Peregrino, na Bacia de Campos. Peregrino é o maior projeto da Equinor fora da Noruega.
A empresa tem apostado e investido nos projetos de pré-sal no país após o fim da operação única da Petrobras no pré-sal. Adquiriu no plano de desinvestimentos da Petrobras o controle do bloco BM-S-8, onde está a descoberta de Carcará, e também se tornou operadora do projeto de gás não associado de Pão de Açúcar, no bloco BM-C-33, na Bacia de Campos.
Nos leilões realizados desde o ano passado adquiriu sete blocos exploratórios em Campos e Santos, ficando atrás apenas da ExxonMobil, que arrematou oito áreas exploratórias na região.
Tim Dodson, vice-presidente global de Exploração da Equinor, compara o desenvolvimento do pré-sal com as grandes descobertas de petróleo feitas no mar norueguês nos anos 70 e 80. Acredita que as oportunidades são similares. “agora temos um portfólio de oportunidades de exploração no Brasil com um potencial semelhante ao que tínhamos na plataforma continental norueguesa nas décadas de 1970 e 1980”, disse.