A Enauta anunciou nesta segunda-feira (21) um acordo para assumir a participação de 50% da Barra Energia no campo de Atlanta, em águas profundas da Bacia de Santos. Com a decisão, a empresa passará a ter 100% do projeto e vai receber US$ 43,9 milhões referente às operações de abandono dos três poços e descomissionamento.
O que foi anunciado para o campo de Atlanta?
- Enauta vai assumir a parcela de 50% da Barra Energia no projeto e buscar novo sócio
- Atlanta possui 1,3 bilhão de barris de óleo in situ
- Barra Energia transferirá US$ 43,9 milhões para a Enauta, referentes às operações de abandono dos três poços e descomissionamento das facilidades existentes
- Novo FPSO para sistema definitivo será licitado no começo de 2021
- Projeto de desenvolvimento deve ter menos poços para ser mais resiliente
O anúncio vem um mês e meio depois da Barra Energia, no momento única sócia do projeto, anunciar no começo de novembro que abandonaria o projeto. O projeto enfrenta o desafio de ser resiliente aos novos cenários de preços de petróleo.
A Enauta manteve a estratégia de ir ao mercado para buscar um FPSO, com capacidade para 50 mil barris por dia, no começo do próximo ano. O projeto de desenvolvimento está em avaliação, mas deve conter menos poços para ser economicamente mais atrativo.
“Atlanta possui 1,3 bilhão de barris de óleo in situ, dos quais apenas 1,25% foram produzidos até agora. Tomamos esta decisão por termos identificado que é possível desenvolver um projeto mais resiliente, capaz de gerar valor mesmo em um cenário de preços de petróleo mais baixos”, disse o presidente da Enauta, Décio Oddone, em fato relevante divulgado nesta segunda (21).
Atlanta é um campo de pós-sal, produtor de petróleo pesado. Atualmente, a produção de óleo é feita por meio do Petrojarl I, uma unidade de menor capacidade. O campo entrou em operação em 2018 e o plano original era substituir a plataforma por uma unidade com maior capacidade e elevar o número de poços de três para 12 no sistema definitivo.
A aquisição da parcela da Barra Energia pela Enauta precisa ser aprovada pela ANP e pelo Cade.
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Projeto 100% privado da Bacia de Campos
O campo de Atlanta foi o primeiro projeto de produção de petróleo 100% na Bacia de Santos. Já foi comandado pelo consórcio formado por Shell (40%), Petrobras (40%) e Chevron (20%).
Altanta entrou em produção 17 anos depois da perfuração do primeiro poço exploratório, feito em fevereiro de 2001. Foi declarado comercial em dezembro de 2006, ainda quando era operado pela Shell. A Enauta, então QGEP, comprou a participação da empresa anglo-holandesa em agosto de 2011.
Um mês depois, a Barra Energia anunciou que havia comprado a participação de 20% da Chevron e os 10% restantes da Shell no projeto.
A Enauta assumiu a operação do projeto em fevereiro de 2012. Em novembro do mesmo ano, a Petrobras, que possuía 40% de participação, anunciou que vendeu sua fatia para a OGX, comandada pelo empresário Eike Batista. O negócio foi avaliado em US$ 270 milhões.
Em outubro de 2015, a própria Shell se comprometeu a comprar a produção de Atlanta, quase um ano depois do contrato de afretamento do FPSO Petrojarl I, com a Teekay.
Entrou em operação em 2018 com um consórcio formado por Enauta, Barra Energia e a Dommo Energia.
Em junho de 2019, a Enauta recebeu autorização da ANP para cessão compulsória da participação da Dommo no projeto, por conta de inadimplência no consórcio. No fim do primeiro trimestre de 2019, a Enauta informou em seus resultados que a dívida da Dommo era de R$ 21,6 milhões para cada uma das ex-sócias.
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