Compass de volta para a disputa da Gaspetro

A diretora de Gás e Refino da Petrobras, Anelise Lara. Foto: Andre Ribeiro / Agência Petrobras
A diretora de Gás e Refino da Petrobras, Anelise Lara. Foto: Andre Ribeiro / Agência Petrobras

A Petrobras informou nesta quarta (30) que decidiu pela continuação da Compass, empresa do Grupo Cosan, no processo de venda de 51% da Gaspetro, subsidiária da Petrobras, que atua no mercado de distribuição de gás natural. A decisão foi motivada, segundo a empresa, por ofício do Cade informando que a permanência da companhia na concorrência não caracteriza descumprimento do Termo de Compromisso de Cessação (TCC).

“Caso seja assinado o contrato de compra e venda de ações, a operação estará sujeita à apreciação do Cade, no momento da análise do Ato de Concentração, quanto aos possíveis impactos à defesa da concorrência”, diz a nota à imprensa divulgada pela Petrobras.

O projeto está atualmente em fase vinculante. A Compass cotou a negociação em cerca de US$ 1 bilhão. A Petrobras recebeu mais duas propostas, uma da Sobek Energia e outra do grupo GP Investimentos.

A Cosan também controla a Comgás, maior distribuidora do país que têm uma das concessões estaduais em São Paulo.

“As operações e investimentos da Compass Gás & Energia criarão uma combinação única de ativos e talentos, sólida geração de caixa e alto potencial de crescimento e geração de valor. Por meio da Comgás, maior distribuidora de gás do país, temos mais de 18 mil km de rede instalada e 2,0 milhões de clientes nos segmentos residencial, comercial, industrial, veicular e outros”, informou a Compass em outubro.

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Tamanho da Gaspetro

A Gaspetro detém participações em 19 distribuidoras de gás, que exploram com exclusividade os serviços locais de distribuição de gás canalizado em diversos estados do Brasil. A Mitsui é sócia da Petrobras, com 49% da Gaspetro. Em novembro, o Valor Econômico noticiou que a empresa japonesa estuda vender sua fatia de 49% na subsidiária da Petrobras.

No começo do mês, durante o BackStage Rio Oil & Gas, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Anelise Lara, afirmou que a empresa poderia estudar uma saída conjunta com a Mitsui do projeto.

“O próximo passo é sentar com a nossa parceira Mitsui e definir uma saída conjunta. Vários estados brasileiros querem vender participação nas distribuidoras de gás, o BNDES está envolvido nisso e talvez seja o momento de sentarmos todos na mesa e definir uma saída da distribuição de uma forma mais organizada”, afirmou.

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A venda de 51% da Gaspetro está prevista no acordo firmado em 2019 entre a Petrobras e o Cade, em que a companhia se comprometeu a deixar o mercado de distribuição de gás natural, além do segmento de transporte e outras medidas para permitir a entrada de novos agentes.

Compass prevê expansão da infraestrutura em SP

A Compass está desenvolvendo dois projetos para elevar a oferta de gás natural, com foco inicialmente em São Paulo: o Rota 4, para escoar a produção nacional do pré-sal e um terminal de GNL no Porto de Santos.

O Terminal de Regaseificação de São Paulo, com capacidade de regaseificação de 14 milhões de m³/dia tem investimento total estimado em R$ 670 milhões. O início da operação é previsto para 2022.

“Temos o interesse em manter uma participação majoritária no ativo e iremos financiá-lo parte com capital próprio e parte com capital de terceiros”, diz a empresa.

No Rota 4, a empresa pretende ser sócia minoritária do gasoduto. A ideia é construir um gasoduto de 21 milhões de m³/dia, com extensão de 267 km e um investimento aproximado de US$ 2 bilhões, a partir de 2024, com entrada em operação em 2027, incluindo uma unidade de processamento (UPGN).

“(…) Acreditamos que o projeto será remunerado pelo escoamento e pelo processamento do gás natural, por um provável modelo de tolling [venda do serviço de transporte e processamento], firmando contratos com produtores, comercializadoras ou distribuidoras de gás”, explica a empresa.

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