O estado do Ceará pode ser o primeiro do país a ter produção offshore de petróleo e gás natural totalmente privada. Lá, a Petrobras está vendendo os únicos quatro campos produtores do estado. Atum, Espada, Curimã e Xaréu produzem atualmente 3.967 barris por dia de petróleo a partir de 66 poços interligados a nove plataformas fixas, sendo apenas duas habitadas.
O projeto de venda dos campos faz parte do Programa de Desinvestimento e Parcerias da estatal e foi batizado como Polo Ceará Mar. A engenharia estruturada pela Petrobras para a venda dos ativos permite que apenas uma empresa compre todos os campos juntos.
As empresas interessadas em participar da concorrência tiveram até o final de setembro para assinar o termo de confidencialidade com a Petrobras para ter acesso as informações técnicas, legais e financeiras dos projetos. A produção de 4 mil barris por dia pode ser interessante para muitas empresas independentes que estão buscando formar portfólio no país.
Todos os campos têm contrato de concessão com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) terminando em 2025. Ou seja, mais oito anos de produção, com nove plataformas fixas e mais 130 poços para serem abandonados. Esses dados certamente vão entrar na conta de quem analisa os projetos.

Quem comprar o campo pode levar também a base de apoio da Petrobras no município cearense de Paracuru, que fica a 75 km da capital Fortaleza. Também levará o gasoduto offshore que liga o polo produtor em águas rasas cearense até a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).