3R Petroleum compra Duna Energia, antiga Central Resources

IPO da 3R Petroleum na B3. Foto: cortesia
IPO da 3R Petroleum na B3. Foto: cortesia

A 3R Petroleum anunciou nesta terça-feira (22) que fechou a aquisição da Duna Energia, antiga  Central Resources, por US$ 71 milhões. Com a operação, a empresa incorpora em seu portfólio os campos de Ponta do Mel e Redonda, em Areia Branca, na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, que produziram 480 barris por dia de petróleo nos quatro primeiros meses de 2021.

A Duna Energia é controlada pelo  BTG Pactual e passará a ser subsidiária integral da 3R Petroleum. 

De acordo com fato relevante divulgado, o acordo prevê o pagamento de US$ 20 milhões a em dinheiro; e US$ 51 milhões, convertido para Real pela taxa de referência apresentada pelo Banco Central (PTAX) referente ao fechamento da última sexta-feira (18), a serem pagos via emissão de ações pelo BTG Pactual e demais acionistas minoritários da Duna Energia incorporação das ações. 

Veja a trajetória da 3R Petroleum

  1. Em novembro de 2018, a 3R Petroleum foi anunciada vencedora da disputa pelos campos que fazem parte do Polo Riacho da Forquilha, na Bacia Potiguar. Depois de três licitações e a desclassificação da da empresa, a Petrobras fechou com a PetroRecôncavo a venda por US$ 384,2 milhões de 34 campos terrestres no entorno da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
  2. Comprou por US$ 191,1 milhões da Petrobras, em agosto de 2019,  o Polo Macau, na Bacia Potiguar, que engloba os campos de Aratum, Macau, Serra, Salina Cristal, Lagoa Aroeira, Porto Carão e Sanhaçu
  3. Em 9 de julho de 2020, fechou contrato para a aquisição da participação de 65% da Petrobras no Polo Pescada-Arabaiana, no offshore potiguar, passando a ser os operadora dos campos
  4. Em agosto de 2020 acertou com a Petrobras a compra, por US$ 8,8 milhões, dos campos de Fazenda Belém e Icapuí, também na Bacia Potiguar
  5. Ainda em agosto deste ano, a atuação da empresa e expandida para a Bahia com aquisição, por US$ 94,2 milhões, dos campos de Água Grande, Bonsucesso, Fazenda Alto das Pedras, Pedrinhas, Pojuca, Rio Pojuca, Tapiranga e Tapiranga Norte, localizados nos municípios de Catu, Mata de São João, Pojuca e São Sebastião do Passé
  6. IPO da empresa movimenta R$ 690 milhões na B3
  7. Aquisição por US$ 250 milhões de 14 campos terrestres na Bacia do Recôncavo
  8. Aquisição de 50% dos campos de Peroá e Cangoá, em águas rasas do Espírito Santo, em consórcio com DBO Energia
  9. 3R Petroleum compra Duna Energia, antiga  Central Resources

A aquisição reforça a presença da 3R no Rio Grande do Norte, com mais uma operação na Bacia Potiguar, e a sua posição como player relevante de ativos onshore do país. A posição geográfica dos campos permite que suas operações sejam futuramente integradas com a operação do Polo Macau, o que fortalece a estratégia da 3R de formar clusters de ativos sinérgicos, otimizando recursos e, consequentemente, reduzindo o custo da operação integrada dos ativos”, informou a 3R Petroleum no fato relevante. 

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Investimentos no Polo Macau

A empresa planeja investir US$ 200 milhões ao longo do ciclo de vida dos campos do Polo Macau – conjunto de ativos comprados da Petrobras na Bacia Potiguar, Rio Grande do Norte.

O planejamento atual prevê a perfuração de 46 poços, 31 serviços de workover em poços existentes e a construção de infraestrutura para separação e processamento do óleo e injeção de água. Savini explicou, durante entrevista exclusiva à epbr, que há uma janela de cinco anos para investimentos mais intensos no campos.

Disputa no Solimões

A 3R Petroleum perdeu a disputa com a Eneva pelo Polo Urucu, na Bacia do Solimões, no Amazonas. A oferta original de US$ 1 bilhão da 3R Petroleum acompanhou condicionantes que não foram aceitas pela Petrobras, levando a reabertura da concorrência.

Em uma nova rodada de ofertas, Eneva aumentou seu lance e a 3R Petroleum reduziu o valor da proposta.

Em junho de 2020, a Petrobras anunciou a venda do Polo Urucu, incluindo campos produtores de petróleo leve e do gás natural que atende ao sistema isolado de Manaus, no Amazonas.

Os campos, na Bacia do Solimões, estão entre os maiores produtores em terra no Brasil.

Além disso, a Petrobras está vendendo as quatro unidades de processamento de gás natural (UPGNs) e estações de tratamento e compressão, tanques de petróleo e esferas de GLP.

Os campos estão em área remota e possuem aeroporto, centro médico e bases de apoio logístico, todos colocados à venda.

São, ao todo, sete campos – Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu e Sudoeste Urucu –, que produzem 16,525 mil barris/dia de óleo e condensado e 14,281 milhões de m³/dia de gás natural.

Ativos além do desinvestimento da Petrobras 

O presidente da 3R Petroleum, Ricardo Savini, acredita que a oferta de campos de petróleo e gás natural além dos planos de desinvestimento da Petrobras é uma tendência do mercado brasileiro.

E a companhia independente, que busca oportunidades em terra e no mar, tem interesse em negócios com outras operadoras.

“Já está em gestação um mercado secundário de M&A [fusões e aquisições]. O desinvestimento da Petrobras, em escala, é o que governa (…) Mas sim, a gente tem interesse em conversar e analisar outras possibilidades, de outras empresas também”, afirma.

A 3R Petroleum tem seu portfólio formado por ativos maduros colocados à venda pela Petrobras. Foi criada com foco na revitalização de campos em terra e, após a capitalização na bolsa brasileira, formou uma parceria para atuar também no offshore.

Savini participou da gas week 2021, evento da agência epbr que reúne executivos e executivas do setor de gás. 

Para além do onshore

A 3R Petroleum também está buscando projetos offshore no país. Em fevereiro, a Petrobras anunciou a venda dos campos de gás não associado de Peroá e Cangoá, no Espírito Santo, para um consócio formado entre a OP Energia e DBO Energia. A OP Energia é a antiga Ouro Preto, empresa que era controlada por Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e foi adquirida pela Starboard Asset, que também controla a 3R Petroleum. 

A OP é hoje uma subsidiária da 3R, que será operadora de Cangoá e Peroá, em uma operação avaliada em US$ 55 milhões. 

O negócio envolve também aquisição do bloco exploratório BM-ES-21, onde está a descoberta de Malombe, feita pela Petrobras. 

A 3R também está negociando com a Petrobras e a Chevron a aquisição do campo de Papa-Terra, em águas profundas da Bacia de Campos. A Starboard Asset fez oferta no valor de US$ 90 milhões para adquirir o campo. A estatal está em negociação para a venda do ativo, sem um prazo definido para um acordo.

A Petrobras estima que Papa-Terra tenha 1,98 bilhão de barris de óleo equivalente (petróleo + gás) in place.

“A assinatura dos contratos referentes a este desinvestimento está sujeita ao sucesso das negociações e à obtenção das aprovações corporativas necessárias. Desta forma, não é possível antecipar neste momento se a operação será concluída e, caso seja, qual será o valor final a ser pago”, afirmou a Petrobras, em nota.

Detalhes da venda do campo de Papa-Terra

  • Starboard Asset fez oferta no valor de US$ 90 milhões
  • Petrobras é a operadora de Papa-Terra, com 62,5% de participação
  • Chevron detém os 37,5% restantes
  • PSO P-63  começou a produzir em 2013
  • P-61, única do tipo Tension Leg Wellhead Platform (TLWP) instalada no país, começou a produzir em 2015
  • Não conseguiu atingir patamares de produção inicialmente projetados
  • Petrobras estima boas possibilidades de ampliação da produção

A Petrobras é a operadora de Papa-Terra, com 62,5% de participação, em parceria com a Chevron, que detém os 37,5% restantes. 100% do projeto está à venda.

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