O custo da energia elétrica gerada pelas usinas Termonorte I (64 MW) e Termonorte II (349 MW), em Porto Velho (RO), será um dos três mais caros do país. Despacho publicado nesta terça-feira (17/10) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprova Custo Variável Unitário (CVU) de R$ 2.721,54/MWh, para a Termonorte I, e de R$ 2.997,89/MWh, para a Termonorte II.
Os valores foram propostos pela Termo Norte Energia e receberam aval da área técnica da agência. A análise foi feita pela Superintendência de Regulação dos Serviços de Geração e do Mercado de Energia Elétrica.
Os valores consideram um “preço fechado de combustível”. Preveem ainda que as usinas serão dispensadas de testes e que vão gerar de forma ininterrupta por 60 dias. Também incluem os custos fixos das usinas.
Será liberado o uso de 210 MW da Termonorte II, o equivalente a 60% de sua capacidade.
A Termo Norte Energia é controlada pela CS Energia SA, do empresário Carlos Suarez.
O CVU da Termonorte II seria atualmente o segundo mais alto do país, de acordo com a ordem de mérito do Programa Mensal da Operação do ONS. O da Termonorte I seria o terceiro.
Os custos mais altos hoje são das seguintes usinas, que geram a diesel em Goiás:
- Xavantes (54 MW): R$ 3.681,07/MWh
- Goiânia 2 (140 MW): R$ 2.702,09/MWh
- Palmeiras de Goiás (176 MW): R$ 2.252,41/MWh
Autorização emergencial
No início deste mês, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou o acionamento das usinas Termonorte I e Termonorte II para em resposta à seca que reduziu pela metade a vazão do Rio Madeira e provocou o desligamento da hidrelétrica de Santo Antônio.
A hidrelétrica voltou a operar nesta segunda-feira (16/10).
A Termonorte I, no entanto, não tinha licença para funcionamento, já que sua outorga foi revogada em fevereiro pela Aneel. A agência fez uma mobilização para agilizar a nova autorização.
Nesta segunda-feira (16/10), a Aneel concedeu uma autorização emergencial para o funcionamento da Termonorte I. A outorga é válida apenas até a “normalização da atual condição de escassez hidrológica da bacia do Rio Madeira”.
A Termonorte II foi uma das usinas emergenciais construídas após o racionamento de 2001. A termelétrica, que funciona a gás e óleo combustível, tinha contrato até agosto de 2023 com a Energisa Rondônia, mas um acordo entre as duas aprovado pela Aneel antecipou o encerramento para 2021, quando parou de operar. Mesmo assim a usina ficou com operação suspensa em caráter temporário e podia ser religada caso necessário até o fim do contrato, há dois meses.
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