Conta de luz

TCU vê imprecisão em cálculo sobre antecipação de recebíveis da desestatização da Eletrobras

Discussão iniciou quando diretor da Aneel Fernando Mosna apontou que operação para pagamento dos empréstimos teve ganho 11 vezes menor do que valor inicialmente estimado

Sede da Eletrobras (Foto Fernando Frazão/Agência Brasil)
Sede da Eletrobras (Foto Fernando Frazão/Agência Brasil)

O Tribunal de Contas da União (TCU) atendeu parcialmente a uma representação que alegou possível “erro grosseiro” da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e do Ministério de Minas e Energia (MME) em cálculo de viabilidade da antecipação de recebíveis provenientes da desestatização da Eletrobras.

O TCU decidiu por dar ciência à CCEE e ao MME acerca de “falhas de imprecisão nos dados utilizados para o cálculo inicial do benefício”.

Para a Corte de Contas, cabe a adoção de providências necessárias para “prover maior robustez aos futuros estudos que fundamentarem políticas setoriais de alto impacto”.

A discussão foi iniciada na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), quando o diretor Fernando Mosna apontou que a operação para pagamento dos empréstimos que impactavam na conta de luz teve ganho financeiro estimado inicialmente em R$ 500 milhões, em vantagem referente à economia com juro e que seria convertido em descontos tarifários.

Porém, após posterior análise, o valor final desse benefício foi calculado em cerca de R$ 46,5 milhões, cerca de 11 vezes menor que o inicialmente estimado. Isso representa uma redução média de apenas 0,02% no efeito tarifário para o consumidor.

Na prática, o governo viabilizou no ano passado a antecipação de recebíveis provenientes da desestatização da empresa Eletrobras e direcionou os recursos à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Com isso, houve a quitação antecipada dos empréstimos da Conta Covid e da Conta Escassez Hídrica, que estavam sendo pagos pelos consumidores. A representação, apreciada nesta quarta-feira (27/8), foi formulada pelo senador Rogério Marinho (PL/RN).

Por Renan Monteiro e Luiz Araújo

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