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eixos.com.br | 09/05/22
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O superlucro de R$ 44,56 bilhões da Petrobras no primeiro trimestre entrou na agenda dos presidenciáveis durante o fim de semana. Os dois principais candidatos da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT), fizeram críticas à condução da estatal no governo de Jair Bolsonaro (PL) — que, por sua vez, voltou a acusar a petroleira de lucrar “às custas do povo brasileiro”.
— “Esta semana vocês estão conhecendo um pouco mais do que é a Petrobras aqui no Brasil. Temos nichos, temos redutos ainda em nosso governo espalhados por todo o Brasil que não entenderam que todos nós estamos no mesmo barco. Eles sabem que o Brasil não aguenta mais o reajuste de combustível numa empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano às custas do nosso povo brasileiro”, disse Bolsonaro, em discurso na Feira Nacional da Soja, no sábado (7/5). g1
— Na quinta-feira (5/5), pouco antes de a estatal anunciar o resultado do primeiro trimestre, Bolsonaro apelou à Petrobras, para que ela evite novos reajustes dos combustíveis. E acusou a companhia de abusar do povo brasileiro.
— Em suas redes sociais, Ciro Gomes rebateu o discurso de Bolsonaro. O presidenciável classificou o lucro da petroleira como “hediondo” e, ao se referir ao controle da União sobre o capital da companhia, disse que é o presidente da República quem, em última instância, tem poder para mudar a política de preços dos derivados.
— Ao oficializar a sua pré-candidatura, no sábado (7/5), Lula, por sua vez, disse que é preciso “colocar a Petrobras a serviço do povo brasileiro, não de acionistas estrangeiros”. Um dia antes, na página oficial petista, a campanha do ex-presidente já havia acusado o governo Bolsonaro de “não mover uma palha para impedir que os combustíveis sejam reajustados a cada variação internacional do petróleo”.
— André Janones (Avante) também aproveitou o debate sobre o lucro da Petrobras para se posicionar. Em referência a Bolsonaro e a Lula, disse que está cada vez mais difícil escolher entre “a preguiça do maior acionista da Petrobras, que pede desculpas pelo preço que entrega para o consumidor, mas não busca soluções” e “a vaidade do que se preocupa só com sua imagem construída pela imprensa que vive criticando”.
— Os presidenciáveis João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Felipe D’Ávila (Novo) não se manifestaram sobre o assunto nas redes.
— A inflação dos combustíveis é um tema sensível, eleitoralmente, para o presidente da República. Bolsonaro foi apontado como o maior culpado pelos reajustes, segundo pesquisa Genial/Quaest sobre a corrida presidencial, divulgada em 7 de abril.
— Pesquisa do PoderData, realizada de 24 a 26 de abril, mostra que 67% da população brasileira é favorável a uma intervenção do governo na Petrobras para baixar o preço da gasolina.
José Mauro Coelho “descola” resultado financeiro dos reajustes… Em resposta às constantes críticas de Bolsonaro, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, afirmou na sexta-feira (6/5) que os preços dos combustíveis não impactam de forma significativa os lucros da empresa.
— “Não há uma relação significante entre os resultados da Petrobras e os reajustes dos preços de combustíveis… 80% dos ganhos no período foram provenientes das atividades de exploração e produção de petróleo…”, disse.
— Coelho destacou também que “um bom resultado da Petrobras repercute para a sociedade como um todo”, contribuindo para a arrecadação de estados, municípios, União e cerca de 700 mil acionistas brasileiros.
Petrobras rende R$ 447 bilhões ao governo federal Desde o início do governo Bolsonaro até março, a Petrobras já injetou, nos cofres federais, R$ 447 bilhões — o que inclui dividendos, impostos e royalties, segundo o Estadão. Nesse período, o lucro líquido da estatal foi de R$ 200 bilhões. Considerado o que a empresa paga a estados e municípios, o montante que entra nos cofres públicos chega a R$ 675 bilhões.
Enquanto isso, petróleo e dólar pressionam preços dos combustíveis Em meio às expectativas de que a União Europeia suspenderá a compra de petróleo russo, o preço da commodity fechou a semana passada com alta de quase 5%. O Brent para julho avançou 1,34% na sexta-feira (6/5), a US$ 112,39 o barril. No acumulado da semana, a alta foi de 4,9%. Já o WTI para junho subiu 1,39% na sexta e 4,85% na semana, encerrando o pregão do dia 6 a US$ 109,77 o barril, segundo o Estadão.
— No Brasil, o dólar atingiu seu maior valor em sete semanas. A moeda americana subiu 2,6% na semana e encerrou a sexta-feira cotada a R$ 5,0733 na venda — o maior valor desde 16 de março, segundo a Reuters. Com isso, a defasagem entre os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras e os do mercado internacional aumentou.
— A estatal não reajusta seus preços há 58 dias, mas os preços nas bombas não param de subir. O preço da gasolina nos postos bateu novo recorde na semana passada, segundo a ANP, com preço médio de R$ 7,295 por litro, informa a Folha de S. Paulo.
— O gás liquefeito de petróleo (GLP) se manteve estável, vendido a R$ 113,11 o botijão de 13 kg; e o diesel registrou nova alta sobre a semana anterior, de R$ 0,02, sendo vendido a R$6,630 por litro, em média.
— No mercado internacional, o preço do diesel vem subindo mais que a cotação do petróleo, pressionado por um aumento da demanda. Diante da escassez de diesel no mercado, a Petrobras reforçou o seu time de trading em Houston (EUA), Roterdã (Países Baixos) e em Singapura, para mitigar riscos ao abastecimento, disse o diretor de comercialização e logística da estatal, Claudio Mastella.
— Segundo o Valor, o reajuste do diesel pela Petrobras é iminente. A medida pode facilitar a compra do produto no exterior por empresas de menor porte, reduzindo o risco de desabastecimento.
- Petrobras aumenta preço do diesel em 8,8%, após 60 dias sem reajustes Esse é o primeiro reajuste da companhia sob a administração de José Mauro Coelho
— De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que representa concorrentes da Petrobras no abastecimento do mercado doméstico, o diesel apresentava, na sexta-feira (6/5), defasagem média de 21%. Na gasolina, o índice era de 17%. g1
Ibama autoriza simulado de perfuração no Amapá A Petrobras obteve autorização do Ibama para realizar um simulado para avaliação pré-operacional em águas ultraprofundas na Margem Equatorial brasileira. O diretor de Exploração e Produção da companhia, Fernando Borges, disse que a sonda de perfuração já foi contratada e que a empresa vai contratar sete barcos de apoio e dois helicópteros para o simulado — condição para que o Ibama emita a licença de perfuração para a Petrobras. Agência Brasil
— Em visita à Guiana na sexta-feira (6/5), Bolsonaro se encontrou com o presidente daquele país, Mohamed Irfaan Ali, e assinou acordos nas áreas de energia, comércio e investimentos, infraestrutura, defesa e segurança. Correio Braziliense
- Bolsonaro anuncia que Petrobras pode ter prioridade no Suriname para exploração de petróleo Viagem envolveu investimentos em óleo, gás e infraestrutura na Guiana
— A Guiana vem registrando grandes descobertas de petróleo e gás. O mais recente anúncio de descoberta foi feito pela ExxonMobil, que ampliou as estimativas de volumes recuperáveis no bloco conhecido como Stabroeck para 11 bilhões de barris de óleo equivalente. Geólogos apostam haver, na margem equatorial brasileira, potencial para descobertas como no país vizinho.
Fábrica de fertilizantes novamente à venda A Petrobras pretende relançar no início de junho o processo de venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN) III, em Três Lagoas (MS), no mercado, para aproveitar a sinalização de interesse da iniciativa privada pelo ativo. A Unigel, que já arrendou as Fábricas de Fertilizantes (Fafens) da Petrobras na Bahia e em Sergipe, demonstrou interesse na unidade de Três Lagoas.
Raízen quer produzir biogás em todas suas usinas de etanol A joint venture entre a Shell e a Cosan espera construir unidades de produção de biogás em todas as suas 35 usinas sucroalcooleiras nos próximos dez anos. A expectativa da Raízen é que as plantas sejam capazes de produzir 3 milhões de metros cúbicos diários (m³/dia) do combustível, a partir de resíduos da cana, como a vinhaça e a torta de filtro.
ONS reduz previsão de crescimento da carga O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu sua projeção para o crescimento da carga nacional de energia elétrica em maio para 1,5% na comparação anual, ante a alta de 1,8% prevista na semana anterior. O órgão também estimou que as hidrelétricas da região Sul receberão em maio um volume maior de chuvas, equivalente a 203% da média histórica, ante 147% estimados na semana passada.
— Já para os outros submercados, o ONS reduziu sua projeção para as chuvas no Sudeste/Centro-Oeste (66% da média histórica, ante 69%) e no Norte (94%, ante 98%), e manteve praticamente inalterada a previsão para o Nordeste (48%). Reuters
Leilão de reserva de capacidade O Ministério de Minas e Energia (MME) colocou em consulta pública, na sexta-feira (6/5), a minuta de portaria de diretrizes e sistemática para a realização da concorrência. As contribuições poderão ser enviadas até 23 de maio.
— O leilão será promovido no dia 30 de setembro e vai atender a Lei nº 14.182/21, de privatização da Eletrobras, que estabelece a obrigação de contratar geração termelétrica a gás natural, para suprimento entre 2026 e 2030. Nesse primeiro leilão, serão contratados os montantes estabelecidos para a região Norte, com entrega em 2026, e Nordeste, com entrega em 2027.
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