Estudo da EPE e ONS

Reforço na rede para conectar Roraima demandará R$ 52 milhões

Nota técnica elaborada pela EPE e ONS indica necessidade de inclusão de novos transformadores, dando mais flexibilidade, resiliência e confiabilidade ao atendimento elétrico de Roraima

Torre do Linhão Tucuruí, de interligação de Manaus ao SIN (Governo Federal)
Torre do Linhão Tucuruí, de interligação de Manaus ao SIN (Governo Federal)

BRASÍLIA – A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estimaram em R$ 52 milhões os investimentos necessários para a subestação Boa Vista após a conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O detalhamento foi apresentado em nota técnica, publicada pela EPE nesta segunda-feira (23/6)

Os recursos, conforme o estudo, devem ser usados para a inclusão de dois novos transformadores de maior capacidade (230/69 Kv — 150 MVA), além da manutenção de um dos transformadores existentes, o que permite maior resiliência em casos de contingências múltiplas. A nova configuração garante a capacidade suficiente para transformação até 2036.

Após a conexão de Roraima ao SIN, prevista para os próximos meses, é esperado um aumento no consumo de energia elétrica. Com a conexão ao SIN, o estado passará a depender menos da geração térmica local. Trata-se o último estado completamente isolado no país.

Segundo Ministério de Minas e Energia (MME), a linha de transmissão que ligará Manaus (AM) a Boa Vista (RR) será concluída em 2025. Ao todo, terão 725 km de extensão, cruzando territórios indígenas.

O início das obras em 2022 foi possível após uma repactuação do contrato com a Transnorte Energia (TNE), para aumento da receita. O licenciamento atrasou em razão de uma resistência inicial da população Waimiri Atroari, que habita a terra indígena no limite dos estados. Mesmo após a conciliação com os indígenas, restou a discussão com a concessionária sobre o contrato.

A nota considera, também, que o reforço trará mais segurança, dadas as condições geográficas da região amazônica, a dificuldade logística e o tempo de deslocamento elevado. No caso de alguma ocorrência, a unidade reserva na própria subestação poderia ser utilizada, de forma mais ágil, com o restabelecimento do atendimento.

Caso seja definido um novo ponto de fornecimento de energia para o estado de Roraima, transferindo parte da carga da subestação de Boa Vista, esses transformadores poderão deixar de ser necessários ou ser trocados por um novo transformador de 150 MVA.

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