BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse estar definido a perda de controle da União na capitalização da Eletrobras. Segundo o ministro, a intenção é de que o processo seja concluído ainda em 2019, com determinação do modelo de capitalização até junho deste ano.
“Há poucas possibilidades de modelo que estão sendo tratadas tanto no Ministério de Minas e Energia como no Ministério da Economia, mas não está fechado. A prioridade do governo é a previdência, mas isso não impede que nós continuemos a conduzir outras ações prioritárias e a Eletrobras é uma delas. Mas vai haver perda de controle da União, isso está definido”, declarou.
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Albuquerque não descartou a privatização de subsidiárias ou até mesmo hidrelétricas no processo de capitalização: “Não teve alterações do que pretendemos e não existe salvaguarda de hidrelétrica ou qualquer outro braço da Eletrobras”.
O posicionamento diverge de informações do próprio Ministério no início do ano. Em entrevista à Folha de S. Paulo em fevereiro deste ano, a secretária-executiva de Minas e Energia, Marisete Pereira, declarou que não havia consenso sobre o modelo de capitalização e que, por isso, o processo deveria ser concluído apenas em 2020.
Segundo informações do Estadão nesta quinta, 21, o Ministério de Minas e Energia defende a capitalização e a pulverização do controle da economia, mas o Ministério de Minas e Energia estuda a possibilidade de que as subsidiárias da Eletrobras sejam transferidas para a Eletropar e vendidas separadamente.
Governo antecipa em um ano retomada das obras de Angra 3
O ministro ainda afirmou que a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 é uma prioridade para o governo e frisou que o projeto deve ser incluído no programa de parceria e investimentos (PPI). “Isso depende de uma reunião do conselho do PPI que só está faltando agendar a data e deve ocorrer até 10 de abril”, disse.
Também até 10 de abril será feito um “roadshow” com os potenciais investidores interessados. Segundo ele, o governo deve publicar o edital para a contratação de um parceiro para as obras em junho e retomar a construção da usina no segundo semestre deste ano, uma previsão que antecipa em um ano o cronograma divulgado pelo próprio MME em fevereiro. Bento Albuquerque afirma que a usina deve entrar em operação em 2026.