RIO — A Petrobras estuda participar do primeiro leilão de baterias do país, previsto para abril de 2026, com entrega dos empreendimentos em 2028.
O gerente de Gestão Integrada da Transição Energética da Petrobras, Carlos Alberto Marçal, afirmou que a companhia vê no certame a porta de entrada para atuar no segmento de baterias.
Segundo ele, a estatal já avaliava oportunidades nesse mercado e o leilão, no modelo de reserva de capacidade (LRCAP), pode acelerar essa movimentação.
“É uma oportunidade, a gente já vinha pensando em entrar nesse segmento de armazenamento e aí veio o leilão de reserva de capacidade”, disse a jornalistas na segunda-feira (9/12).
“Conseguindo ter sucesso nesse leilão, logo na sequência a gente já trabalha para poder ter, de fato, o parque de baterias”, afirmou.
Marçal ressaltou que ainda não há definição sobre porte, custos ou localização do eventual projeto.
“Vai depender muito do que vem no leilão, do que o governo vai demandar no leilão”, pontuou.
O possível investimento está contemplado no Plano Estratégico 2026-2030, mas ainda na categoria de projetos “em avaliação”.
“É um investimento que faz sentido para a Petrobras”, disse.
Solução para os cortes de geração
A estatal vê o armazenamento como peça fundamental para enfrentar o problema sistêmico causado pelo excesso de oferta de energia renovável, que tem provocado desligamentos compulsórios — o curtailment.
Foi esse cenário, inclusive, que levou a companhia a reduzir, no plano recém-divulgado, sua meta de expansão em eólica e solar de 4 GW para 1,7 GW.
A avaliação interna é que, sem baterias no sistema, novos projetos renováveis correm risco de inviabilidade econômica. O
próprio leilão de baterias, portanto, é visto como um instrumento capaz de destravar investimentos futuros da empresa no setor.
Paralelamente, a Petrobras prepara para 2028 o início da operação de um piloto dedicado a testar tecnologias de armazenamento.
O projeto, porém, não será o escolhido para o leilão. A participação no certame envolveria baterias já disponíveis comercialmente.
A Petrobras também já manifestou interesse em participar do leilão de reserva de capacidade voltado para usinas termelétricas, previsto para março de 2026. A empresa pretende concorrer com 3,4 gigawatts (GW) no certame.
A maior parte do volume são usinas existentes que estão chegando ao fim do contrato. Apenas um projeto é novo: a térmica do Complexo de Energias Boaventura, o antigo Comperj, em Itaboraí (RJ).
