Operação do sistema

ONS anuncia mudanças em restrições de geração

Mudanças nas restrições da geração eólica e solar valem inicialmente para Rio Grande do Norte e Ceará

Economia no mercado livre de energia elétrica supera 40% no DF, MG, RN e MT; veja como fica a economia em SP e outros estados. Na imagem: Usina solar fotovoltaica Serra do Mel da Voltalia, com painéis na vertical e turbinas eólicas ao fundo (Foto: Divulgação)
Usina solar fotovoltaica Serra do Mel da Voltalia, associada à geração eólica (Foto: Divulgação)

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou que, a partir da terça-feira (17/9), vai promover mudanças nos processos de restrição de geração eólica e fotovoltaica.

As restrições de geração ocorrem por causa da limitação na rede de transmissão

Hoje, o critério utilizado para definir as limitações é o fator de sensibilidade. Na prática, é o impacto da restrição na redução de carregamento das linhas de transmissão.

Com a alteração, o ONS vai passar a considerar um conjunto maior de geradores agrupados para estimar o impacto no fluxo de potência que precisa ser controlado.

Segundo o operador, o objetivo é dar mais segurança para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

A medida será implementada inicialmente nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, mas pode ser adotada em outras regiões do país depois da avaliação da eficácia.

Conhecidas pelo jargão constrained-off, essas restrições são criticadas por geradoras eólicas e solares, que reclamam da intensificação do uso dessa medida depois do apagão de agosto de 2023. Consequentemente, os agentes perdem receitas financeiras.

O que é constrained-off?

O termo diz respeito a um procedimento da operação do SIN, no qual o ONS pode determinar reduções no despacho por restrições na rede de transmissão

Quando caracterizado o constrained-off, os geradores afetados entendem que têm direito ao ressarcimento pela frustração de receita com a energia gerada, mas não despachada para o SIN. 

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) estima um desperdício acumulado de energia, somando centrais solares e eólicas, de R$ 1 bilhão nos últimos dois anos.

Para a associação, é preciso reforçar o planejamento e os investimentos na infraestrutura do setor elétrico, sobretudo nas linhas de transmissão e novas formas de armazenamento de energia.

O presidente do conselho de administração da Absolar, Ronaldo Kolosuk, afirma que é plenamente possível aumentar a participação das renováveis na matriz elétrica brasileira, mantendo a confiabilidade, segurança e estabilidade.