BRASÍLIA — O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou um novo recorde na demanda média de carga no Sudeste e Centro-Oeste, na última segunda (17/2), motivado pela onda de calor que afeta as regiões.
A demanda média ficou em 54.599 MWmed. Em menos de 30 dias, esta é a segunda vez houve registro de recorde de demanda média. O valor supera em 1,1% os 53.997 MWmed de 22 de janeiro.
De acordo com o operador, o comportamento da carga é diretamente impactado pelas condições climáticas.
Conforme os estados do Sudeste vêm registrando temperaturas acima da média para o início do ano, o consumo de eletricidade tem acompanhado a curva.
Sobrecarga no Rio
No Rio de Janeiro, a Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica para 31 municípios do estado, relata impactos na rede de distribuição pelo excesso de carga irregular somada aos furtos de energia elétrica.
Desde o início de 2025, a companhia já trocou 1.150 transformadores a um prejuízo estimado em cerca de R$ 40 milhões.
“Com esse cenário de calor extremo em decorrência de mudanças climáticas, a nossa rede fica ainda mais sobrecarregada e, em consequência disso, os nossos transformadores, configurados para receber os nossos clientes, superaquecem e queimam, causando não apenas falta de luz como incêndios e acidentes”; conta Bruno Almeida, gerente de Manutenção da Light.
Nos primeiros 18 dias do mês de fevereiro, a concessionária identificou um acréscimo de pico de carga de 391MW na comparação com todo o mês de fevereiro de 2024, o que equivale a aproximadamente 391 mil clientes.
“O calor traz também uma mudança de hábito. Se antes, o nosso cliente ligava, por exemplo, um ar-condicionado, agora, no calor extremo, ele pode passar a fazer uso de dois”, explica Almeida.
Onda de calor
No início da semana, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou uma nota apontando que os próximos dias serão de calor intenso no Sudeste e de temporais no Sul do Brasil. No Rio de Janeiro, os termômetros chegaram a superar 40°C.
A previsão é de clima quente em áreas do Sudeste do país, em especial nos estados de São Paulo e Minas Gerais; no sul do Espírito Santo e no nordeste do Paraná, além do Rio de Janeiro.
Segundo o instituto, em algumas situações, os termômetros podem ultrapassar os 5°C acima da média da temperatura do mês.
Já no Sul do país, a previsão é de chuvas de até 100 mm, ventos de até 100 km/h e possibilidade de queda de granizo.